BNDES e Petrobras (PETR4) negociam juntos sobre Braskem (BRKM5)

Decisão será de Lula, diz Mercadante

Unsplash
Unsplash

Por Luciano Costa

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está estudando junto com a Petrobras alternativas para a Braskem (BRKM5), após a companhia ter recebido ofertas de aquisição, disse hoje o presidente do banco de fomento, Aloisio Mercadante, em coletiva de imprensa ao lado do CEO da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates.

Em maio, a petroleira dos Emirados Árabes ADNOC e a americana Apollo apresentaram uma primeira oferta pela Braskem, na qual a Petrobras é sócia da Novonor – antiga Odebrecht. Neste mês, a Unipar também fez uma oferta pela aquisição da petroquímica. A Petrobras, por sua vez, tem dito que ainda não decidiu se venderá sua fatia na companhia ou se aumentará a participação.

“Estamos estudando a Braskem, e estaremos juntos com a Petrobras na decisão. Evidentemente, esperando o presidente Lula”, disse Mercadante a jornalistas, lembrando que o BNDES possui ações da Braskem em garantia por empréstimos, e precisará dar seu parecer sobre eventual transação pela companhia.

Questionado, Mercadante não forneceu maiores detalhes, enquanto Prates se recusou a comentar.

Antes, Mercadante disse que o BNDES tem recursos para financiar a Petrobras e buscará expandir o apoio à companhia, principalmente em projetos de biorefinarias e transição energética, como usinas eólicas offshore, instaladas no mar.

Mercadante disse ainda que o banco quer separar a subsidiária de participações BNDESPar de seu balanço, o que permitiria ampliar a concessão de empréstimos.

“Temos limite, não precisa se preocupar. Pode fazer as coisas que você está fazendo, que o BNDES tem como assinar o cheque”, disse ele a Prates, em tom de brincadeira, arrancando risadas de repórteres na coletiva de imprensa.

Segundo Mercadante, um eventual avanço do Brasil na produção de hidrogênio verde demandaria muita capacidade adicional de geração de energia limpa, que poderia ser fornecida por usinas eólicas offshore da Petrobras financiadas pelo BNDES.

“Se entrar em eólica offshore, nós vamos estar na linha de frente. Porque nós financiamos 2/3 do parque eólico brasileiro, é uma atividade na qual temos muito interesse em participar”, afirmou.