Por que a XP recomenda compra para Natura (NTCO3) após prejuízo de R$732 milhões no 2T23?

Analistas acreditam que ação pode subir 5% até o final do ano

Natura/Youtube
Natura/Youtube

Por Bruno Andrade

A XP Investimentos manteve a sua recomendação de compra para as ações da Natura (NTCO3) mesmo após a companhia reportar prejuízo de R$732 milhões no segundo trimestre de 2023. O número apresentou uma redução de 4,6% em relação ao prejuízo de R$ 766,8 milhões do ano anterior.

Os analistas enxergaram uma melhora na rentabilidade da empresa com crescimento da margem bruta, o que para eles justifica a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18, alta de 4,95% na comparação com o fechamento de segunda-feira (14).

“A empresa reportou resultados sólidos no segundo trimestre, com expansão da marca Natura e da margem bruta como destaques”, disseram Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, que assinaram o relatório da XP.

A margem bruta teve alta de 4,3 pontos percentuais no comparativo anual. O indicador foi impulsionado pelo preço e mix positivo em todas a unidades de negócio.

“O destaque principal ficou com a Natura da América Latina, enquanto a margem EBITDA Ajustada aumentou 2,3 pontos percentuais devido a maiores investimentos em marketing e em P&D na Natura da América Latina e na Avon Internacional”, explicaram os analistas.

Despesa financeira é pedra no sapato da Natura

Ainda assim, Eiger, Senday e Suedt, comentam que a questão das despesas financeiras continua desafiadora para a Natura e tem sido o principal fator para empresa ter apresentado um prejuízo tão assustador, de R$732 milhões.

Ainda assim, eles acreditam que a venda Aesop deve ajudar a empresa a equilibrar as contas e deixar essa situação dramática no passado.

“Esse problema deve ser compensado pelos recursos da Aesop a partir do terceiro trimestre e pelos resultados pressionados da Aesop , enquanto caixa foi novamente consumido em R$ 965 milhões (vs. -R$ 610 milhões no 2T22), embora com melhora na dinâmica do capital de giro em todas as linhas”, concluíram Eiger, Senday e Suedt.