Por Luciano Costa
A Petrobras (PETR4) mostrou avanço na produção entre janeiro e março quando na comparação com o último trimestre de 2022, embora o bombeamento tenha recuado na comparação com mesmo período do ano passado, segundo relatório de desempenho divulgado na noite desta quarta-feira.
A produção média de petróleo e gás natural da estatal atingiu 2,68 milhões de barris de óleo equivalente por dia, avançando 1,1% frente ao quarto trimestre, principalmente devido ao início gradual de operações de uma plataforma na Bacia de Santos e a entrada de novos poços, além de ganhos de eficiência. Na comparação com o mesmo período de 2022, houve recuo de 4,3%.
A maior petroleira da América Latina também registrou novo recorde no pré-sal, ao atingir 2,05 milhões de boed no trimestre, equivalentes a 77% da produção total, contra 75% no período anterior.
Se considerada apenas a oferta de petróleo, a produção no pré-sal alcançou 1,7 milhão de barris por dia, montante 3,8% superior ao do trimestre anterior, principalmente com o início gradual de operações na plataforma P-71, na Bacia de Santos, e a entrada de quatro novos poços na Bacia de Campos.
No pós-sal, a produção foi de 383 mil barris por dia, 4,5% inferior na comparação trimestral, devido ao encerramento da produção das plataformas P-18 e P-20 e pelos desinvestimentos em Albacora Leste e Papa-Terra, além do declínio natural de produção, comepnsado em parte por quatro novos poços na Bacia de Campos.
A produção em terra e águas rasas, por sua vez, foi de 56 mil bpd, 15mil bpd inferior ao trimestre anterior, principalmente por manutenções e desinvestimentos. No exterior, a Petrobras produziu 36 mil barris entre campos na Bolívia, Argentina e Estados Unidos.
REFINO E VENDAS
Na área de refino, transporte e comercialização, a Petrobras somou produção total de 1,65 milhão de barris por dia, recuo de cerca de 4% tanto na comparação anual quanto trimestral.
O volume total de vendas no mercado interno atingiu 1,69 milhão de bpd, queda de 5,5% frente ao trimestre anterior e de 0,2% na comparação anual.
Já o fator de utilização total do parque de refino ficou em 85% no período, ante 86% nos três meses anteriores e 87% há um ano atrás.
A Petrobras disse que a produção de derivados caiu “acompanhando a redução de vendas e impactada pelas paradas programas de unidades da REVAP, RAFAP e RPBC”, além do desinvestimento da Reman, que representava 2,4% do parque de refino da empresa.
As vendas de diesel da Petrobras alcançaram 715 mil bpd, recuo de 7% em base trimestral e de 0,2% ano a ano.
A comercialização de gasolina somou 414 mil barris diários, caindo 7,4% frente ao último trimestre de 2022, mas avançando 3,1% na comparação anual e atingindo as maiores marcas para um primeiro trimestre da empresa nos últimos seis anos. “Isso ocorreu, principalmente, em razão do ganho de participação da gasolina sobre o etanol no abastecimento dos veículos flex devido ao aumento de sua competitividade”, explicou a estatal.
As vendas de óleo combustível da Petrobras recuaram 10,4% ano a ano, mas aumentaram 3,1% frente ao trimestre anterior, para 33 mil barris por dia, apoiadas pelo segmento marítimo, “com o início da temporada de cruzeiros e a prática de preços mais competitivos”.
Em querosene de aviação, as vendas saltaram 9,9% em base anual e 2,9% trimestre a trimestre, para 107 mil barris por dia, com aumento da demanda devido a período de férias e feriados.
A área de gás e energia da Petrobras, por sua vez, reduziu a geração de eletricidade em 9,6% na comparação trimestral e em 66,3% em base anual, aproveitando “oportunidades comerciais pontuais de exportação para a Argentina” devido à baixa demanda por geração térmica no Brasil.