Por: Bruno Andrade
O Itaú Unibanco (ITUB4) deve decidir se vai pagar mais dividendos ou recomprar ações com o excesso de capital que possui em reunião do conselho de administração que ocorrerá ainda neste mês, disse o CEO do banco, Milton Maluhy Filho, em entrevista coletiva para jornalistas nesta terça-feira após divulgar o balanço.
Ontem, o maior banco comercial da América Latina reportou lucro líquido de R$9,04 bilhões entre julho e setembro, alta de 11,9% na base anual e perto dos R$9,00 bilhões do TC Consenso. O banco também reportou um pagamento líquido de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$2,68 bilhões, um payout de 29,69%.
Maluhy Filho disse que não tem dúvida sobre a capacidade do banco de aumentar o pagamento de dividendos, mas o Itaú fará isso de forma responsável, com a aprovação do conselho de administração, que deve acontecer após regulação do Banco Central sobre o risco operacional Basiléia III.
“Minha expectativa é no mês de novembro, ter essa discussão no conselho de administração do Itaú, após a resolução de Basiléia”, disse o CEO. De acordo com Maluhy Filho, o banco estuda várias alternativas, que vão desde mais dividendos até a recompra de ações.
“Podemos fazer algumas alternativas que estão sendo estudadas e a gente pode fazer a combinação delas, como aumento de dividendos e como uma eventual recompra de ações. Não queremos acumular capital, a ideia é distribuir para o acionista de qualquer forma”, disse.
O índice de basiléia é indicador que mede quanto dos empréstimos ofertados pela empresa é coberto pelo próprio dinheiro da instituição financeira. No segundo trimestre de 2023, o índice de capital Basiléia nível três do Itaú estava em 12,2%.
Já no terceiro trimestre, o índice teve uma alta de 0,9 ponto percentual e chegou a 13,1%. Quanto maior o indicador, maior é o nível de capital que o banco possui, e esse dinheiro pode virar dividendos, novos investimentos ou ficar parado no caixa.
INADIMPLÊNCIA E 4º TRIMESTRE
Além dos dividendos, Milton Maluhy Filho também comentou sobre as expectativas de inadimplência, que no quadro geral ficou em 3%, alta de 0,2 ponto percentual na base anual e estabilização na comparação com o trimestre anterior. Segundo ele, o indicador da pessoa física deve cair mais 0,3 ponto percentual no próximo trimestre, indo de 4,9% para 4,6%.
“O nosso atraso está estável desde o primeiro trimestre deste ano e a nossa despesa com ́ provisões. Tivemos uma expansão importante com estabilização da inadimplência com uma boa rentabilidade”, afirmou Maluhy Filho.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) do Itaú foi de 21,1%, avanço de 0,1 ponto porcentual na comparação com o terceiro trimestre de 2022 e próximo aos 21,3% previstos pelo TC Consenso.
O crescimento dos números refletiu o avanço anual de 4,7% da carteira de crédito, que alcançou R$1,163 trilhão, com destaque para pessoas físicas e crédito imobiliário. A margem financeira avançou 9,9% na base anual, para R$26,3 bilhões, levemente abaixo do TC Consenso de R$26,8 bilhões.
Por fim, o CEO comentou que espera um quarto trimestre mais aquecido que o atual, com crescimento na carteira de crédito. “A expectativa é que o quarto trimestre deve ser ótimo como de costume, a carteira de crédito deve crescer fortemente até o final de 2023”, concluiu.
(BA | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)