Itaú BBA sugere aposta 'contra' ação da Cemig após discussões sobre federalização

"Nos próximos meses, recomendamos "shortear" CMIG4", escreveu a equipe do BBA

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Por: Luciano Costa

A equipe do Itaú BBA (ITUB4) recomendou a clientes uma aposta contra as ações preferenciais da Cemig (CMIG3, CMIG4), em meio a discussões públicas sobre uma proposta de federalização da estatal de energia de Minas Gerais em troca do abatimento de dívidas do estado com a União.

Desde as primeiras notícias sobre o possível acordo entre o governo federal e o estado mineiro pelo controle da elétrica, em 17 de novembro, as ações da Cemig despencaram quase 20%, o que levou investidores a se perguntarem se a compra dos papéis da companhia é uma oportunidade neste momento.

“O fluxo de notícias deve pressionar pela federalização, o que seria muito negativo para a empresa. Nos próximos meses, recomendamos ´shortear´ CMIG4, porque é o veículo mais líquido e com menor custo aluguel”, escreveu a equipe do BBA, liderada por Marcelo Sá.

Na segunda-feira, por exemplo, o governador mineiro Romeu Zema (Novo) sinalizou a jornalistas que pode concordar com a federalização, que é defendida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o que levou a um tombo nas ações de quase 10%.

A ideia de tornar a Cemig uma empresa federal também é bem vista pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), próximo de Pacheco, e agradaria a alas do Partido dos Trabalhadores ansiosas para que a União volte a ter uma grande empresa no setor elétrico, depois da privatização da Eletrobras, disseram fontes à Mover.

Para a equipe do BTG Pactual (BPAC11), caso o negócio vá adiante, a “Cemig passa a ser a Eletrobras que o governo não conseguiu ter”.

O caminho até a federalização, no entanto, tem muitos obstáculos, incluindo necessidade de aprovação de projetos na Assembleia Legislativa de MG e no Congresso, além de aprovação dos termos pelo Tribunal de Contas da União e do estado, acrescentaram os analistas do Itaú BBA.

“A ação pode se recuperar no médio e longo prazo, se a proposta de federalização e mostrar impraticável”, pontuaram. As chances de o governo mineiro seguir com planos de privatização da Cemig, no entanto, estão hoje “perto de zero”, avaliaram.

(LC | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)