Genial aposta no mercado de energia e vê "crescimento astronômico" para o setor

"Tivemos um casamento entre essa abertura do mercado e os preços extremamente baixos", disse CEO da Genial Energy

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Por: Luciano Costa

A Genial Investimentos decidiu apostar forte no mercado de energia, construindo usinas solares próprias e acelerando negócios em comercialização de eletricidade, de olho no enorme potencial do segmento, disse à Mover o CEO da Genial Energy, Sergio Romani.

Os planos da unidade de energia da corretora e banco de investimentos vêm em momento em que diversos grupos se preparam para um grande crescimento em 2024 no chamado mercado livre elétrico, nicho em que empresas podem negociar contratos e preços diretamente com geradores e comercializadoras.

Para atuar no mercado livre, é preciso ter conta de luzmensal de cerca de R$40 mil, pelo menos, mas a partir do ano que vem essa limitação será retirada para empresas conectadas em alta tensão. A novidade ocorrerá em um cenário onde os preços de energia estão baixos nesse mercado, após uma sequência de boas chuvas que encheram as hidrelétricas brasileiras.

“No ano que vem haverá um crescimento astronômico do setor. Tivemos um casamento entre essa abertura do mercado e os preços extremamente baixos”, disse Romani. “Estamos super otimistas, é uma área em que temos investido muito tempo e capital”.

O aquecido mercado livre de energia é dominado por grandes grupos como Auren (AURE3), EDP e Engie (EGIE3), mas bancos como o BTG Pactual (BPAC11) e o Santander (SANB11) também atuam no setor. Empresas como a Raízen (RAIZ4) e a Vibra (VBBR3) também entraram no nicho, por meio das controladas WXE e Comerc. Agora, todas deverão disputar os milhares de novos clientes esperados no setor.

“Temos potencial de triplicar o tamanho do mercado nos próximos anos, as empresas vão crescer muito”, disse Romani. A base de clientes de varejo da Genial Energy cresceu 70% neste ano, e a empresa se estrutura para um movimento ainda maior a partir de 2024.

O mercado livre de energia responde hoje por 37,5% do consumo no Brasil, e até 70 mil novas empresas poderão entrar no mercado com a redução das exigências, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Dessas, cerca de 24 mil migrações poderiam ocorrer já no próximo ano.

Em paralelo, a Genial está investindo R$350 milhões para erguer pequenas usinas solares no Rio de Janeiro, em um modelo de negócio conhecido como geração distribuída, mirando vender a produção para empresas e até pessoas físicas na região, aproveitando sua base de clientes.

“Somos a única financeira que tem essa solução completa em energia, tanto para pessoa jurídica quanto pessoa física, seja via geração distribuída, via mercado livre”, destacou Romani.

(LC | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)