São Paulo, 07/08/2024 – Hoje líder entre as petroleiras independentes no Brasil, a PRIO não se assustou com a recente fusão entre as rivais 3R Petroleum e Enauta, avaliando a princípio que a nova concorrente não deve ameaçar sua posição dominante no setor nem sua busca por aquisições, apesar da animação de alguns investidores e analistas com a ´nova 3R’ como potencial ´consolidadora´ na indústria.
A associação entre 3R e Enauta, que acaba de ser concluída, deu origem a uma empresa com operações terrestres, ou onshore, e marítimas, offshore, com produção perto de 90 mil barris de óleo equivalente/dia, enquanto a Prio já chegou a produzir acima de 100 mil bpd.
“Vimos esse movimento que aconteceu. Agora, não sei dizer se a companhia criada vai ter nosso balanço, nossa capacidade financeira e de execução para ´bidar´ contra nós em processos”, disse o CEO da PRIO, Roberto Monteiro em teleconfêrencia de resultados.
A afirmação de Monteiro veio após pergunta de um analista sobre eventual disputa maior por compras de ativos agora, uma vez que a Prio está declaradamente em busca de fusões e aquisições e espera fechar algum negócio nos próximos 12 meses.
Ele também comentou que a PRIO não olha ativos em terra, e tem preferência por negócios offshore de grande porte, o que também pode fazer com que a rivalidade com a nova 3R não seja tão direta.
“Eu não sei, particularmente tendo a ver junção de terra com mar aumentando bastante a complexidade. Eu sei, tem gente que pensa o oposto a mim… mas a forma de operar no mar é uma, é na terra é outra. Eu particularmente sou muito cético em trazer onshore aqui para dentro da PRIO, porque acho que vai ser um desvio de foco, de atenção”, comentou Monteiro.
WAHOO, M&A
A PRIO segue interagindo com o Ibama sobre o licenciamento para produção no campo de Wahoo, atrasado por paralisação no órgão ambiental, e espera ter um aprovação para os trabalhos ´nas próximas semanas´, disse o diretor de Exploração e Produção, Francilmar Fernandes. “Muito em breve”, afirmou ele, após insistência de um analista por uma projeção mais precisa.
Enquanto aguarda a licença, a PRIO avalia operações de fusões e aquisições, e deverá analisar o campo de Peregrino, que teve fatia colocada à venda pela chinesa Sinochem, além de eventuais outras oportunidades em offshore no Brasil e no Golfo do México.
A empresa avalia que ´majors´ podem vender alguns ativos em área conhecida como ´mioceno´ para investir em uma nova fronteira, a formação Wilcox, abrindo espaço para uma aquisição de porte relevante.
“No Golfo do México para mim é o seguinte, ou a gente vai e monta uma empresa grande.. porque ir pra lá produzir 5 mil barris por dia não faz sentido nenhum. Ou é esse o ´play´ ou fica um pouco comprometido, deixa de fazer sentido”, explicou Monteiro na teleconferência.
A Prio está com bastante poder de fogo para aquisições, segundo o executivo, com US$1,2 bilhão em caixa e alavancagem baixa, em 0,4x, inclusive abaixo do nível ótimo com o qual a empresa pretende trabalhar, de cerca de 1,1x a 1,2x, justamente para deixar espaço para algum M&A.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)