Venda de ativos de transmissão abre espaço para oportunidades

Equatorial explora sinergia entre energia e saneamento, diz CEO; não descarta leilão no Pará

Equatorial explora sinergia entre energia e saneamento, diz CEO; não descarta leilão no Pará
Bradesco/Reprodução

São Paulo, 09/04/2025 – A Equatorial Energia, que estreou em saneamento com uma concessão no Amapá e depois expandiu a atuação no setor com a aquisição da Sabesp, tem usado as operações de água na região Norte como um “laboratório”, inclusive explorando sinergias com o negócio de distribuição de energia local, também a cargo do grupo, comentou hoje o CEO, Augusto Miranda.

Os comentários de Miranda, em evento do Bradesco BBI, vieram enquanto o mercado especula potencial participação da Equatorial em leilão para concessão de serviços de água e esgoto no Pará, que terá abertura de propostas na sexta-feira (11). A companhia já atua no Estado por meio da Equatorial Pará, antiga Celpa.

O moderador do evento chegou a perguntar se o CEO poderia comentar por que a Equatorial não foi ao leilão da concessão paraense, após notícias na imprensa não relacionarem a empresa entre potenciais participantes da disputa. “Não foi, é?”, respondeu Miranda, aos risos.

Ao comentar sobre as operações no Amapá, onde é dona da CEA, de energia, e da CSA, de saneamento, Miranda disse que a companhia conseguiu levar o índice de adimplência dos clientes de água e esgoto de 40% para 75%, enquanto avançava na universalização de serviços para 8 municípios, com mais dois a serem contemplados este ano.

“A concessão lá é uma coisa pequena para o tamanho da Equatorial, mas é um ´labotarório´. Algumas experiências têm valido muito para nós. Destacaria a questão da sinergia. Se você chegar à agência de atendimento a clientes (no Amapá), você vê de um lado o atendimento à energia, e do outro lado saneamento. Então é uma experiência ímpar, a primeira no Brasil, e estamos explorando”, comentou.

“Quando você vai ver do ponto de vista de leitura (das contas), o leiturista de água também faz de energia. Então realmente tem sido uma experiência muito grande”, acrescentou, ao listar ganhos com a operação de concessões dos dois serviços na mesma região.

Na oferta pela Sabesp, na qual a Equatorial comprou 15% de participação por R$6,9 bilhões, em 2024, a experiência no Amapá foi “vital” para “calibrar” as premissas da proposta, disse Miranda.

O CEO da Equatorial comentou ainda que a recente venda de ativos de transmissão da Equatorial, por R$9,4 bilhões, “gera um espaço muito importante no balanço”, em um momento em que a empresa segue de olho em potenciais expansões.

“Diria que isso trouxe um conforto, criou um espaço muito importante no nosso balanço. Estamos razoavelmente tranquilos para novas oportunidades”, disse Miranda.