Com Petrobras (PETR4) em máximas, "junior oils" perdem força em aposta do investidor, mostra Itaú BBA

Relatório aponta sentimento dos investidores

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Por Luciano Costa

Com as ações da Petrobras (PETR4) tocando máximas históricas e reduzindo o pessimismo de investidores com a estatal, os papéis de operadoras independentes de óleo e gás, as chamadas “junior oils”, perderam força nas apostas dos investidores ao longo do último mês, segundo relatório da equipe de analistas do Itaú BBA.

Um índice do banco de investimento que mede o nível de apetite do mercado por determinadas empresas colocou as ações da PetroRecôncavo (RECV3) e da 3R Petroleum (RRRP3) na terceira e quarta colocação, respectivamente, entre as que estão menos “na moda” no atual momento, com avaliação 8, em uma lista na qual as melhores classificadas atingiram 17 pontos. A PRIO (PRIO3) apareceu na sexta posição no chamado “crowdedness index”, com 9 pontos.

As ações preferenciais da Petrobras, as mais líquidas, ficaram com 14 pontos, fora do grupo das mais fortes do ranking, mas os papéis ordinários da estatal ficaram na décima posição na lista de ações “mais quentes” do Itaú BBA, com 16 pontos.

O índice do Itaú BBA leva em consideração o desempenho das ações das empresas na comparação com o índice Ibovespa nos últimos dois meses, além do nível de alugueis, que mede apostas contra os papéis, e volumes de negociação, entre outros fatores. “A partir dessa tabela, podemos extrapolar quais recomendações são mais consensuais no mercado e quais são menos”, escreveu a equipe de análise do banco, liderada por Marcelo Sá.

As ações da Petrobras têm subido mais recentemente, após a divulgação de uma nova política de preços dos combustíveis e diretrizes para o novo plano estratégico que levaram alguns analistas a destacarem diminuição dos riscos de uma guinada mais radical nos rumos da companhia no atual governo.

O JP Morgan, por exemplo, elevou hoje a recomendação para as ações da Petrobras, colocando-preço alvo dos papéis PN da companhia em R$41, ante R$30,50 anteriormente, citando justamente o cenário de menores riscos. “Nós acreditamos que, embora a nova administração mude de estratégia, essa mudanças não são tão significativas, o que significa que a Petrobras permanece com uma ação subvalorizada”, escreveu o time do banco americano.

As ações da Petrobras sobem quase 40% no acumulado deste ano, considerados ajustes pela distribuição de dividendos. Em 12 meses elas avançam 61%, com alta próxima de 17% apenas neste mês.

Entre as “junior oils”, a PetroRecôncavo acumula retração de 44% no ano, enquanto a 3R Petroleum tem desvalorização de mais de 15%. A PRIO, preferida de diversos bancos de investimento, perde quase 10% em 2023. A Enauta (ENAT3) avança 4,8%.