São Paulo, 25/03/2024 – A chinesa Goldwind está perto de anunciar acordo para comprar uma fábrica de turbinas eólicas da GE na Bahia, aproveitando a decisão da americana de abandonar a produção local dos equipamentos, disseram duas fontes à Mover.
A Goldwind, que liderou o mercado mundial de turbinas em 2022, superando a dinamarquesa Vestas e a própria GE, vê na aquisição uma forma de acelerar sua produção no Brasil, “reduzindo o tempo necessário para construir uma nova planta do zero”, de acordo com uma das fontes.
Com uma fábrica local, a Goldwind poderá vender turbinas eólicas financiadas por bancos de fomento como o BNDES, potencialmente ampliando a concorrência para outras fornecedoras que disputam o mercado brasileiro, incluindo Vestas, Siemens-Gamesa, Nordex-Acciona e a local WEG.
Já a GE, que decidiu ainda em 2022 suspender a produção de equipamentos eólicos no Brasil, vê o negócio como “uma boa oportunidade de redução de custos e realocação de recursos”, segundo a fonte.
Procurada, a GE disse que não comenta sobre “questões relacionadas a quaisquer potenciais transações comerciais”. Não foi possível contatar representantes da Goldwind.
A Goldwind tem planos ambiciosos para o Brasil, projetando ter entre 25% e 30% do mercado nacional de turbinas eólicas, segundo projeções do vice-presidente da empresa no país, Roberto Veiga, em declarações à Reuters em 17 de setembro de 2023.
A fabricante oriental, inclusive, já fechou acordos para fornecer os primeiros equipamentos Goldwind para projetos no Brasil, em negócios com as geradoras renováveis chinesas CTG e CGN.
Os planos da Golwdind estão alinhados às diretrizes do governo chinês de ampliar presença em setores estratégicos e de alta tecnologia, incluindo negócios ligados a energia limpa e transição energética. O país já é de longe o maior fabricante global de equipamentos de energia solar.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)
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