Chinesa Sinoma terá fábrica na Bahia para concorrer com pás eólicas da Aeris

Movimento ocorre em meio ao crescimento do interesse internacional no País

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Por Luciano Costa

O grupo chinês Sinoma está investindo em uma fábrica de pás para turbinas de geração eólica na Bahia, o que deverá representar, na prática, um aumento da concorrência para a brasileira Aeris, que opera no Ceará, disseram à Mover quatro fontes com conhecimento do assunto.

O movimento da Sinoma ocorre em paralelo às negociações da também chinesa Goldwind, que produz aerogeradores, para a aquisição de uma planta de equipamentos da americana GE, que paralisou sua operação no ano passado, na Bahia, disseram as fontes, que pediram anonimato devido à confidencialidade das negociações.

“A Sinoma deve fornecer para a Goldwind, como também ofertar para as demais, criando concorrência para a Aeris”, disse uma das fontes, acrescentando que a unidade seria a primeira da companhia fora da China. A companhia pode utilizar um terreno onde antes a Tecsis estava instalada, empresa brasileira do setor que faliu há alguns anos.

A maior competição para a Aeris ainda deve vir em um momento em que a empresa já sofre pressão de alguns clientes. Estes relataram atrasos e pás problemáticas que depois exigiram reparos, segundo duas fontes. “Alguns fabricantes começaram a cotar com a LW Wind”, disse uma dessas pessoas, referindo-se a uma fornecedora de pás rival, controlada pela GE.

Procurada, a Aeris não respondeu de imediato a pedidos de comentário. O governo da Bahia não comentou. Não foi possível contato com representantes da Sinoma.

Em janeiro, a agência de risco Fitch Rating reduziu a nota de crédito de títulos da Aeris, comentando que “a companhia apresenta dificuldades operacionais na execução de seus contratos” e “dificuldades para aumentar a eficiência de suas linhas de produção”.

A equipe do Santander Corporate & Investment Banking disse em relatório, em 11 de agosto, que a Aeris teve margens afetadas negativamente no segundo trimestre por atrasos na produção das pás, atribuídos a “ineficiências” da empresa. As ações da Aeris caem 13% no ano e acumulam perda de 57% em 12 meses.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 17H04, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.