CEO do TC, Pedro Albuquerque enxerga hoje "empresa muito mais versátil e muito mais resiliente com as aquisições"

Em entrevista ao FLJ, executivo detalha novos rumos do negócio, que fornecerá todo tipo de produto financeiro

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Por Marcio Aith e Erick Matheus Nery‍

Pedro Albuquerque, CEO do TC (TRAD3), acredita que a companhia encontra-se atualmente “muito mais versátil e resiliente” com a entrada de novos sócios e parcerias firmadas. Após a venda das ações de Rafael Ferri, sócio-fundador do negócio, o executivo fala ao Faria Lima Journal (FLJ) sobre como a operação trabalha em novas vertentes para fomentar e aprimorar seu ecossistema de soluções financeiras.

“Enxergo o TC hoje uma empresa muito mais versátil, muito mais resiliente com as aquisições que fizemos. De fato, enfrentamos um mercado muito difícil. A alta taxa de juros impactou o negócio, perdemos clientes no varejo e ajustamos nossa operação. Faz parte da vida de uma empresa, elas vivem de ciclos”, reflete. Contudo, na visão de Albuquerque, “os investidores podem esperar uma companhia radicalmente diferente do que foi quando abriu o capital”.

No último ano, a companhia listada na Bolsa realizou aquisições estratégicas como a corretora DTVM Dibran e a gestora de fundos Pandhora. Além disso, uma fatia da consultoria política Arko Advice entrou no negócio. Agora, uma das principais apostas é a integração das suas plataformas com a corretora própria — atualmente, essa operação é feita em parceria com a Genial Investimentos.

“O nosso cliente não precisará mais passar o cartão de crédito para adquirir os serviços no TC. Ele terá uma conta na corretora, aportará recursos ou movimentará produtos financeiros e receberá, em troca, os serviços. Esse é o futuro. Essas funcionalidades não necessariamente serão pagas e vejo isso como um diferencial de mercado”, detalha.

“A gente não está falando mais só de ações. Com a corretora, teremos uma mesa para atender todo o tipo de cliente e teremos todos os tipos de produtos financeiros. A gente pode trazer qualquer tipo de pessoa, quem está na poupança ou só na renda fixa. Conseguiremos englobar e trazer para dentro de casa um número muito maior de clientes”, complementa Albuquerque.

Além da corretora, a empresa anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimentos com a MAG Seguros, prevendo um acordo comercial para exploração conjunta de seguros e serviços financeiros e a possibilidade de constituição futura de uma seguradora em joint venture (JV). “Estamos muito felizes com a parceria. A MAG é uma empresa que tem mais de 180 anos de história e é uma das maiores seguradoras do Brasil. Estamos fazendo, de fato, uma JV para montar uma seguradora na qual a MAG cuidará da parte técnica, operacional e de portfólio de produtos no balcão do TC. E não só isso, vamos ter condições de acessar os clientes da MAG para oferecer os produtos financeiros do TC. É uma parceria que potencializa os produtos de ambas as empresas”, adianta.

Confira a entrevista em vídeo:

Otimismo com Brasil

Com a queda de juros à vista, Albuquerque encontra-se otimista com os rumos da economia brasileira. “O país cresce surpreendentemente mais do que todos estimavam. A gente está vendo um ministro da Economia fazendo um bom trabalho. O arcabouço fiscal, apesar de não ser o melhor dos mundos, traz sustentação a dívida brasileira. O Brasil acabou se tornando um país óbvio para qualquer investidor internacional que tem mandato para investir em países emergentes”.

“Acho que o Roberto [Campos Neto, presidente do Banco Central] faz um belo trabalho. Apesar dos atritos, o trabalho do Roberto vai beneficiar muito o atual governo. E o atual governo também acertou na parte econômica. Então, tirando os discursos e as retóricas, a gente tem caminhado para um cenário de racionalidade. Essa a perspectiva que vejo do Brasil adiante”, analisa.

Na última quarta (14), Ferri realizou a venda em leilão de cerca de 20% do total de ações do TC, a maior parte da participação que detinha. Com esse movimento, as ações TRAD3 encerraram o pregão em alta de 40%. Nesta quinta (15), os papéis chegaram a atingir o patamar de R$ 1,92, encerrando o dia cotados a R$ 1,61, em nova alta de mais de 15%. A gestora WNT também adquiriu participação acionária na companhia nesta operação.