Por Bruno Andrade
O resultado da Azul (AZUL4) não foi muito animador para o mercado, disse o CEO da BOX Asset Management, Fabrício Gonçalvez, nesta segunda-feira (15). A companhia teve uma redução de 10% no prejuízo, que foi de R$ 808,4 milhões para R$ 727,6 milhões.
“No entanto, o montante foi pior do que o esperado pelo mercado, que projetava um prejuízo de R$ 188 milhões”, afirmou Gonçalvez.
Já na visão do analista da Ativa Investimentos, a companhia se esforçou para repassar os preços ao consumidor, e até que foi bem nesse quesito, mas a alta de custos ainda foi a grande âncora do resultado da empresa.
“Os custos operacionais seguem impedindo melhores resultados por parte da aérea. Neste trimestre, os custos com combustível de aviação evoluíram 40,7%, enquanto a evolução do aumento do custo por assento-quilômetro oferecido foi de 8,0%”, disse Ilan Arbetman, que assina o relatório.
Vender a ação da Azul é a melhor opção?
Para os analistas, o investidor deve saber que o papel vai sofrer nos próximos meses, ou seja, se ele não tiver estomago para aguentar a volatilidade e ver seu dinheiro se desvalorizar, o ideal é vender o ativo.
“A ação da Azul vai continuar com uma forte demanda vendedora enquanto o papel estiver na faixa dos R$ 12”, disse Gonçalvez da BOX Asset Management.
Ele comenta que, se o investidor quiser entrar na ação e lucrar com a sua valorização, o ideal é esperara o ativo cair para R$ 9,90. “Esse patamar pode ser um bom ponto de entrada pela análise gráfica”, explicou Gonçalvez.
Já Arbetman, da Ativa, acredita que a Azul está operando de forma eficiente diante das atuais circunstâncias.
“Ainda assim, fatores exógenos a sua atuação e a atual cena doméstica podem continuar pressionando as suas ações ao longo dos próximos meses”, explicou o analista.
Por isso, a Ativa Investimentos possui recomendação neutra para o ativo com preço-alvo de R$ 32, uma alta de 148% na comparação com o fechamento de sexta-feira (12). Por outro lado, a Ativa reforça que a diluição dos acionistas minoritários deve pesar no futuro.
“Quanto ao acordo com lessores, vemos a menor pressão em seu Fluxo de Caixa Livre (FCL) ao longo de 2023 e 2024, de forma positiva, mas esperamos que a possibilidade da diluição do minoritário ocorrer também possa pesar sobre o papel”, concluiu Ilan Arbetman.