Por Bruno Andrade
A Azul (AZUL4) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 727,6 milhões no primeiro trimestre de 2023, redução de 10% na comparação com o prejuízo ajustado de R$ 808,4 milhões do mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada em documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (15).
O Ebitda, que mede o resultado o operacional, somou R$ 1,03 bilhão, salto de R$ 73,9%.
A receita líquida total foi de R$ 4,4 bilhões, crescimento de 40,3%.
A dívida bruta reduziu R$ 194,5 milhões no trimestre para R$ 21,6 bilhões.
“Excluindo a entrada de novas aeronaves na nossa frota, a dívida reduziu R$ 378,3 milhões”, disse a empresa.
A alavancagem, medida como dívida líquida em relação ao Ebitda, diminuiu 0,5 vez, de 5,7 vezes no quarto trimestre de 2022 para 5,2 vezes no primeiro trimestre de 2023.
Azul faz acordos de arrendamento
A Azul disse também que espera economizar R$5,40 bilhões em futuros pagamentos de arrendamento, após a maioria dos arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos terem aceitado um acordo de reestruturação com a área.
Segundo fato relevante divulgado nesta segunda-feira, a redução esperada apenas para 2023 é de R$ 1,90 bilhão. O acordo comercial, anunciado em março, negociou a eliminação de obrigações de pagamento diferidas durante a pandemia, novas taxas e prazos para contratos, condições de devolução de aeronaves, entre outras concessões.
A operação é vista como importante para reduzir obrigações financeiras e a alavancagem da Azul em meio a um cenário desafiador para diversaas empresas no país, incluindo as do setor aéreo, pressionadas pelas elevadas taxas de juros.
Após a transação, a Azul passa a ter alavancagem medida pela relação entre EBITDA e dívida líquida de 4,6 vezes, de 5,2 vezes antes.
Os arrendadores representam mais de 80% da dívida bruta da Azul e, em troca, aceitaram receber um título de dívida sem garantia vencendo em 2030 com cupom de 7,5% ao ano, além de um instrumento conversível em ações preferenciais no valor de R$36,00 por ação da área.
Os papéis estão sujeitos a um período de carência até o segundo semestre de 2024 e serão conversíveis em 14 parcelas trimestrais, começando no final do período de carência e terminando no segundo semestre de 2027.
A diluição decorrente do instrumento é estimada em 17,5%, mas os demais acionistas poderão participar da operação de acordo com a participação na companhia.
Durante o período de conversão, se o preço das ações preferenciais da Azul estiver abaixo de R$36,00, a companhia “poderá compensar a diferença emitindo ações preferenciais adicionais, ou através de liquidação em dinheiro, ou através de um novo instrumento de dívidas”. O instrumento conversível em ações também terá limite máximo e mínimo, de modo que se o preço dos papéis estiver acima de tais limites, “o número de ações a serem convertidas será reduzido e, portanto, a diluição será menor”, explicou.
A Azul está em vários estágios de finalização dos contratos com seus arrendadores e fabricantes para implementar os acordos, que permanecem sujeitos às próximas etapas do plano abrangente de reestruturação da maior companhia aérea do Brasil em número de voos e cidades atendidas.
(Com informações da Agência TC Mover)
Veja o documento: