Empresas estudam aquisição após AES colocar ativos brasileiros à venda

Auren, Engie e chineses avaliam potencial aquisição da AES Brasil, dizem fontes

Auren, Engie e chineses avaliam potencial aquisição da AES Brasil, dizem fontes

Por: Luciano Costa

São Paulo, 6/3/2024 – A Auren, da Votorantim Energia e da canadense CPPIB, e a subsidiária brasileira do grupo francês Engie estão entre grupos que começaram a se movimentar para avaliar a possibilidade de aquisição da AES Brasil, colocada à venda pela americana AES, disseram fontes à Mover.

A chinesa CTG e a Elera, da canadense Brookfield, também estão entre potenciais interessados que olham os ativos da AES no país, disseram as fontes, que pediram anonimato para falar sobre o assunto.

Procurada, a Auren disse em nota que “não comenta rumores sobre eventuais processos de fusões e aquisições”. A Elera também falou que “não comenta sobre potenciais transações de mercado”. Já a CTG não comentou de imediato.

Na Engie Brasil Energia, o CEO, Eduardo Sattamini, admitiu que a empresa deveria participar do processo da AES Brasil, elogiando os ativos do grupo rival, em teleconferência com acionistas na última semana. A Copel disse também em teleconferência que não vai olhar a transação.

A AES Brasil, com valor de mercado de R$6,4 bilhões, opera hidrelétricas em São Paulo que antes eram da Cesp e foram privatizadas em 1999, além de parques eólicos e usinas solares construídos e adquiridos posteriormente.

Os ativos da AES teriam grande sinergia com os da CTG, que adquiriu em 2015 hidrelétricas que eram da Cesp, e também com as operações da Auren, que incorporou o que restou da antiga Cesp em 2022, disseram duas das fontes. Essas fontes apostaram que a Auren é uma das grandes favoritas a levar o negócio, uma vez que no momento a empresa está com baixa alavancagem e vontade de crescer.

Segundo essas pessoas, a Auren tem bastante apetite pela AES, vista como uma aguardada oportunidade de aquisição alinhada ao plano estratégico da companhia. A Auren chegou a disputar em 2022 o leilão de privatização da CEEE-G, que opera hidrelétricas, mas foi superada pela CSN.

As fontes disseram que ainda não há propostas oficiais na mesa pela AES Brasil, e as movimentações em torno da transação estão em fase inicial.

A Auren tem hoje 3,17 gigawatts em capacidade instalada, enquanto a AES Brasil tem 5,2 gigawatts. A Engie Brasil possui 8,3 gigawatts, e a CTG Brasil tem 8,6 gigawatts. Essas últimas duas compõem o trio de líderes no mercado de geração do Brasil, dominado de longe pela Eletrobras, que soma mais de 45 gigawatts.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)

 

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