São Paulo, 4/06/2024 – A Auren anunciou nesta terça-feira a aquisição da Esfera, gestora e comercializadora de energia, em negócio cujo valor não foi revelado, e que vem logo após a compra da AES Brasil, divulgada em 15 de maio, segundo comunicados das empresas.
Controlada pela Votorantim Energia e pela gestora canadense de fundos de pensão CPPIB, a Auren fechou a transação com a Esfera com o objetivo de acelerar a expansão no chamado mercado varejista de energia, segmento em acelerado crescimento que tem atraído a atenção de grandes grupos do setor.
“A Esfera chega para complementar o ecossistema de nossa comercializadora de energia, ampliando nosso portfólio de produtos e serviços. Este movimento também vai permitir acelerarmos nosso crescimento no segmento varejista efortalecer nosso objetivo de sermos referência em experiência do cliente, inclusive no pós-venda”, disse, em nota, o diretor financeiro da Auren, Mario Bertoncini.
A Esfera atua no mercado livre de eletricidade, um ambiente e que empresas podem negociar contratos e preços de energia diretamente com grupos do setor. A Auren também tem forte atuação no segmento, mas até então mais focada em clientes de grande porte, como indústrias eletrointensivas.
SETOR AQUECIDO
A partir do começo deste ano, foram reduzidas exigências para que empresas comprem energia no mercado livre, conforme regra aprovada ainda no governo Jair Bolsonaro. Com isso, pequenos e médios grupos empresariais passaram a poder entrar nesse nicho, o que tem gerado uma forte disputa por esses clientes entre companhias de energia.
Entre grupos que atuam como comercializadores de energia no mercado varejista estão EDP, Copel, Engie, CPFL e Comerc, da Vibra Energia, entre diversos outros.
Criada em 2015, a Esfera atende 570 grupos empresariais e gerencia cerca de 1.600 contratos no mercado livre elétrico, com clientes também no setor de geração. O grupo faturou R$ 324 milhões em 2023.
Após a conclusão da aquisição pela Auren, a gestão da Esfera continuará independente, com equipe e escritórios distintos, e com os atuais sócios à frente da operação, de maneira a não haver qualquer impacto sobre o atendimento e serviços prestados a seus clientes, bem como nas futuras relações, segundo as empresas.
Em 2023, as transações no mercado livre de energia movimentaram um total financeiro de cerca de R$100 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), e cerca de 90% da demanda industrial já era negociada nesse ambiente.