Expansão com dividendos

Alupar se prepara para leilões de novos projetos no Brasil e América Latina

Reuters News Brasil
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São Paulo, 12/03/2024 – A Alupar está se preparando para disputar um leilão de novos projetos de transmissão de energia que o governo brasileiro promoverá em 28 de março, enquanto avalia também diversas licitações no exterior, disse à Mover o gerente de relações com investidores da companhia, Luiz Coimbra.

Com negócios em transmissão e geração, a Alupar tem ampliado apostas na expansão internacional, que gera receitas em dólares e surge como diferencial em momento em que os leilões no Brasil registram concorrência acirrada que pressiona os retornos das empresas.

“Queremos participar de todos os leilões, para ver se capturamos mais oportunidades. Estamos olhando tanto Brasil como Chile, Colômbia e Peru”, disse Coimbra. “Houve leilões pequenos no início do ano na Colômbia, e tem vários espalhados ao longo do ano nesses países. Tem um volume relevante nesses países, que estamos estudando”.

No Brasil, o próximo certame, ainda neste mês, deve ter participação de empresas como Cteep, Engie, Eletrobras, Neoenergia e CPFL, segundo analistas do Itaú BBA. Embora alguns grupos como Taesa tenham divulgado que não entrarão na disputa, devido à elevada alavancagem, “ainda antecipamos uma competição acirrada”, escreveu o time do banco.

CICLO DE INVESTIMENTOS

A Alupar voltou a vencer leilões no ano passado, após um longo jejum que vinha desde 2017, arrematando cinco projetos de transmissão — no Brasil, Colômbia, Chile e Peru.

Com isso, a empresa iniciará agora um novo ciclo de investimentos de R$3,1 bilhões até 2028. Do valor, R$600 milhões vão para projetos fora do Brasil. Após concluídos todos os ativos, eles vão gerar receita anual de R$388 milhões, com R$79 milhões vindos de outros países da América Latina.

E o plano da Alupar é continuar buscando crescimento sem comprometer o pagamento de dividendos, disse Coimbra à Mover, citando a preparação para novos leilões.

“Temos espaço para mais coisas, e ainda dá para manter a tranquilidade”, afirmou. “Olhando esses nossos projetos, o investimento mais relevante começa em 2026. Este ano e o próximo ainda são muito de licenciamento. Então isso cabe dentro do meu balanço, e não impacta mexer na política de dividendos, continuamos com nossa política”.

A Alupar encerrou 2023 com alavancagem em 3,6 vezes. Segundo Coimbra, será possível manter o indicador perto desse nível mesmo com os projetos previstos, o que deixa a empresa “confortável” com a situação financeira.

DIVIDENDOS E ALAVANCAGEM

A Alupar promete distribuição aos acionistas de pelo menos 50% do lucro líquido regulatório ou 25% do lucro líquido, o que for maior. Em 2023, a companhia distribuiu total de R$347,4 milhões, R$1,14 por Unit, ou 55% do lucro regulatório.

No último trimestre de 2023, a Alupar ainda aprovou bonificação em ações de R$363 milhões — na prática, distribuindo 4 novas ações para cada 100 ações possuídas pelos investidores. Os papéis serão entregues aos acionistas em 24 de abril.

No ano de 2023 como um todo, a Alupar registrou lucro líquido regulatório recorde, de R$668 milhões, avanço de 28%. No quatro trimestre, foram R$286,6 milhões, com margem EBITDA ajustada de 76,1%.

( LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários:equipemover@tc.com.br)