WEG despenca após sinalização de desaceleração de receitas apontada no balanço do 3º tri, dizem analistas

A WEG reportou lucro de R$1,31 bilhão entre julho e setembro

Weg/Reprodução
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Por: Luciano Costa

São Paulo, 25/10/2023- As ações da WEG despencavam nesta quarta-feira na B3, na maior queda desde março de 2020, após a fabricante catarinense de equipamentos elétricos ter divulgado pela manhã resultados do terceiro trimestre que mostraram lucro em linha com o esperado, mas sinalizaram desaceleração nas receitas, segundo analistas que acompanham o papel.

Por volta de 11h17, as ações ON da fabricante catarinense de equipamentos elétricos desabavam 8,48%, a R$32,03 cada, projetando um dos maiores volumes de negociação da história da empresa na bolsa brasileira. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,51%, aos 113,183 mil pontos.

“Acreditamos que os resultados divulgados hoje confirmam nossas expectativas de desaceleração nas receitas no segundo semestre”, escreveram analistas do Goldman Sachs em relatório. O time afirmou que aguarda comentários da empresa sobre as perspectivas à frente, o que deve ocorrer amanhã às 11h.

Analistas da XP também destacaram a desaceleração de receitas e o arrefecimento de margens da WEG, projetando crescimento menor dos lucros nos próximos trimestres. Embora em linha com as projeções do Goldman, o lucro líquido da WEG no trimestre ficou 4% abaixo do esperado pela XP, o que “levanta preocupações” com a desaceleração além do esperado nos negócios, destacou o vice-presidente de análise da corretora, Lucas Lagui.

A WEG reportou lucro de R$1,31 bilhão entre julho e setembro, com alta de 13,3% na comparação com mesmo período de 2022, mas com queda de 4,1% ante o trimestre anterior. A receita líquida da empresa recuou 1,2% na comparação trimestral, avançando 2,1% frente ao terceiro trimestre de 2022.

A WEG destacou no balanço a queda de receitas no segmento de geração solar distribuída e a “acomodação” na demanda por motores elétricos, enquanto a procura por produtos de ciclo curtos apresentou estabilidade e a por produtos de ciclo longo continuou positiva.

Em agosto, analistas da XP e do Itaú BBA haviam alertado sobre riscos de desaceleração na demanda nos principais setores de atuação da WEG, recomendando na ocasião que investidores mantivessem cautela quanto ao investimento na empresa no momento.

Considerada uma das “queridinhas” do mercado brasileiro, a WEG compete com multinacionais como a alemã Siemens e a suíça ABB em diversos nichos, e os balanços mais recentes das rivais apontam tendência de deterioração na indústria, segundo o Itaú BBA.

O Goldman Sachs tem recomendação “neutra” para os papéis da WEG, com preço-alvo de R$44,20. Já a XP rebaixou hoje a recomendação de “compra” para “neutra” e projeta o preço-alvo do papel em R$40 para 2024.

(LC | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)