Ação da Braskem tem maior queda em dois anos com risco de rompimento em mina

Autoridades alertam sobre risco de rompimento de uma mina da empresa em Alagoas

Pixabay
Pixabay

Por: Luca Boni

As ações PNA da Braskem (BRKM5) despencam mais de 8% no pregão desta sexta-feira, e caminham para registrar a maior queda em cerca de dois anos, após autoridades alertarem sobre risco de rompimento de uma mina da empresa em Alagoas.

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse ontem que o governo monitora o “risco iminente de colapso” de uma estrutura da companhia em Maceió,  onde ela já enfrenta problemas relacionados a um afundamento do solo em regiões de exploração de sal-gema.

Ontem à tarde, durante o pregão, a Braskem disse em fato relevante que a Justiça de Alagoas intimou a empresa a ampliar programas de compensação e reparação para quem foi prejudicado pela locomoção do solo que vem afetando Maceió desde 2018, de modo a contemplar atingidos pelo problemas mais recentes.

De acordo com o documento, o valor atribuído à causa deve ficar em torno de R$1 bilhão.

O novo problema da Braskem em Maceió surge em meio às negociações para eventual venda do controle da petroquímica pela Novonor. Investidores temem que isso possa atrapalhar o andamento do negócio, visto que, no passado algo parecido já aconteceu com a companhia, quando estavam perto de fechar um acordo com a LyondellBasell e o acordo na época foi frustrado justamente por conta de incertezas sobre a situação em Maceió e custos envolvidos.  

Segundo analistas da Guide Investimentos, a intimação tem impacto negativo para a petroquímica, pois esse aumento de recursos para reparações dificilmente eram previstos pelo mercado e podem representar aproximadamente 6,6% do valor de mercado da Braskem. 

“Contudo, não é certo que a Braskem se comprometerá a pagá-los. Embora achamos provável que o faça para não atrasar o processo de venda das suas ações detidas pela Novonor”, afirmaram os analistas.

Por volta das 12h às ações PNA da Braskem recuavam 8,05% a R$17,58, registrando a maior queda intradiária desde novembro de 2021. Na semana o papel acumula queda de 13,26% e no ano uma desvalorização superior a 26%. 

(LB | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)