Itaú (ITUB4): Arcabouço fiscal reduz risco econômico; banco revisa projeção de inflação para baixo

Medidas do governo trazem ganhos de credibilidade, dizem especialistas

Agência Brasil
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Por Leandro Tavares

As medidas recentes anunciadas pelo governo — como o arcabouço fiscal, por exemplo — reduzem os riscos econômicos no Brasil à frente, o que levou o Itaú (ITUB4) a revisar para baixo a projeção de inflação para 2023, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (10).

De acordo com a instituição, o balanço de riscos para o ano segue assimétrico para baixo, permitindo uma revisão para a inflação de 5,3% para 5,1% neste ano. Para 2024, o Itaú manteve a projeção em 4,4%, com a inércia menor compensada pelos efeitos do mercado de trabalho ainda apertado.

No relatório, o banco ressalta que as medidas recentes do governo trazem ganhos de credibilidade que podem ser incrementados por uma reforma tributária que gere ganhos de produtividade e melhore o crescimento de longo prazo da economia.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Itaú espera déficits primários de 1,0% em 2023 e 0,8% em 2024, além de dívida bruta em 75% e 78% do PIB para esses anos, respectivamente.

Para o câmbio, importante elemento para a balança comercial, a instituição manteve a projeção em R$ 5,00 em 2023 e R$ 5,25 em 2024. “O cenário externo continua beneficiando moedas de carrego, mas o início de cortes de juros, bem como o maior aperto nos juros EUA, devem trazer alguma desvalorização para o real ao longo do segundo semestre do ano”, diz o Itaú.

CORTE DA SELIC

Assim como todo o mercado, o Itaú também espera um corte na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agendada para o dia 2 de agosto. Na avalição do Itaú, o Banco Central começará a flexibilizar a política monetária com um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de agosto e sucessivos cortes de 0,50 p.p. a partir de setembro, terminando o ano em 12,00% e em 9,50% em 2024.

No entanto, o banco alerta para o fato de que, apesar da queda da inflação corrente e da melhora das expectativas após a manutenção da meta de inflação em 3%, a perspectiva de os países desenvolvidos continuarem a subir juros e o desafio fiscal ainda significativo demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo. O Itaú recomenda, no relatório, uma condução parcimoniosa da distensão monetária, com cortes graduais da taxa de juros.