São Paulo, 26/3/2025 – O Méliuz acredita que o Bitcoin será, no futuro, a melhor moeda para alocação de caixa como reserva de valor, e não tem interesse em operá-lo para lucrar com a volatilidade, afirmou o diretor de Relações com Investidores da companhia, Marcio Loures, à TC News nesta quarta-feira.
“O fundamental aqui é o seguinte: o Méliuz não quer ser um trader. O valor do Bitcoin hoje, ou o valor que era há uma semana, é indiferente. O que acreditamos é no valor intrínseco da moeda, especificamente do Bitcoin. Vemos o Bitcoin como reserva de valor devido à sua escassez, à sua resistência à inflação e ao fato de não ser controlado por um governo ou entidade centralizadora. Acreditamos que, no futuro, o Bitcoin será a melhor moeda para manter em caixa como reserva de valor”, explicou.
No início deste mês, o Méliuz anunciou a alocação de 10% de seu caixa em Bitcoin – uma estratégia que chamou a atenção do mercado, seguindo os passos da Strategy, de Michael Saylor, nos Estados Unidos. A companhia investiu US$4,1 milhões na criptomoeda na ocasião, adquirindo 45,72 Bitcoins a um preço médio de US$90.296.
De acordo com Loures, o Méliuz já estudava a tese de alocação “há muito tempo”, sem, no entanto, se desviar de seu core business. “Nos aproximamos de pessoas que entendem do tema. Não somos especialistas. E o mercado ajudou. Houve a eleição de Trump no fim do ano passado. O Bitcoin continua em muita evidência.”
EMPRESAS E BITCOIN
O Méliuz se tornou a primeira empresa listada no Brasil a realizar uma alocação significativa na criptomoeda.
Nos Estados Unidos, na véspera, o conselho da GameStop aprovou uma atualização da política de investimentos para incluir o Bitcoin como ativo de reserva de caixa, juntando-se a uma crescente lista de companhias que utilizam seus recursos disponíveis – ou mesmo contraídos no mercado – para adquirir a criptomoeda. A Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, já adquiriu mais de US$40 bilhões em Bitcoin.
No caso de Méliuz, Loures destacou que a companhia adicionou quatro novos membros ao conselho neste ano, três deles com expertise em criptomoedas. Além disso, um “comitê estratégico de Bitcoin” foi criado para analisar a viabilidade de ampliar a alocação da companhia na criptomoeda, com um anúncio previsto para breve.
No cenário local, Loures afirmou que torce para que mais empresas passem a alocar parte de seu caixa em Bitcoin, seguindo o exemplo dos Estados Unidos. “Acreditamos que esse é um caminho sem volta”, concluiu.
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(GP | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)