São Paulo, 03/09/2025 – Construtoras voltadas à baixa renda, com imóveis para o programa federal de habitação popular “Minha Casa, Minha Vida”, têm percebido demanda ainda “muito elevada”, mesmo com as altas taxas de juros no país, disse hoje à TC News o diretor de Relações com Investidores da Direcional Engenharia, Paulo Sousa.
“A Selic impacta pouco nosso cliente. No MCMV, ele toma um financiamento de funding direcionado e tem um benefício de taxa de juros. Em momentos como este, em que o juro de mercado está muito alto, a tendência inclusive é que o MCMV fique melhor, que a demanda pelo MCMV cresça”, afirmou Sousa, em participação no programa “Almoço de Negócios”, da TC News.
“Para o MCMV, o impacto é, eventualmente, de marginalmente positivo a neutro”, acrescentou ele. “Estamos em um segmento que tem operado muito bem”.
O diretor da Direcional citou estatísticas segundo as quais o Brasil teria aumento populacional de cerca de 1,5 milhão de famílias por ano, das quais 80% seriam enquadráveis no MCMV.
“Estamos falando de 800 mil, 900 mil famílias que poderiam comprar imóveis do MCMV por ano. E o programa produz, na média, 400 mil habitações por ano. É muita gente para comprar imóvel e uma capacidade de produção menor. Então, mesmo com um cenário macro mais complexo, é provável que nossa demanda seja ainda bem resiliente. O setor como um todo, não só a Direcional”, explicou Sousa.
ESTRATÉGIA
Segundo o diretor, a Direcional tem como estratégia uma atuação diversificada, nas principais capitais do país, com busca por ganhos de escala e eficiência. A empresa também opera com baixa alavancagem para favorecer geração de caixa e distribuição de proventos.
“Em nosso histórico, somos bons pagadores de dividendos, fomos até hoje. E, pelo histórico, devemos manter essa mentalidade, nada mudou… nosso objetivo é continuar buscando esse retorno ao acionista via dividendos”, afirmou.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)