Siderúrgica vê melhora em resultados no 2º semestre

Gerdau vê governo sensível e não descarta novas medidas contra importação de aço

Gerdau vê governo sensível e não descarta novas medidas contra importação de aço

São Paulo, 1/8/2024 – A siderúrgica Gerdau está em contato constante com o governo federal para relatar preocupações com a crescente oferta de aço chinês importado no Brasil, e não descarta novas medidas de Brasília para apoiar o setor, após recente criação de cotas de importação e alíquotas maiores pós-cotas para alguns produtos.

“Está todo mundo em Brasília muito aberto. Conversamos sobre o tema duas vezes por semana com autoridades, principalmente o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio“, afirmou o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, em teleconferência com investidores, após resultados referentes ao segundo trimestre reportados na véspera.

Segundo ele, o governo sinaliza que o setor precisa esperar “vencer um ciclo”, com ao menos quatro meses de números detalhando os impactos das medidas já tomadas sendo analisados antes de qualquer nova decisão. “Vejo muita possiblidade (de medidas extras) caso continue havendo um descontrole. E para outros produtos. Existe a possibilidade, sim, o mais difícil foi feito”, acrescentou Werneck, em resposta às perguntas de analistas.

A incursão de aço importado no Brasil, proveniente da China, atingiu 18,4% no segundo trimestre, aumento de 1,6 p.p. em um ano, segundo a Gerdau. Nos últimos 12 meses, o dado chega a 19,2%, com volume mensal 60% acima da média anual histórica.

MELHORA À FRENTE
Após reportar um balanço do 2T abaixo das expectativas do mercado, a Gerdau está mais otimsta para o restante do ano, inclusive por esperar o início de impactos das cotas de importação de aço, disse Werneck.

“Já prevíamos que o segundo trimestre seria o mais difícil para nós este ano, e que o terceiro trimestre melhoraria… essa tese nossa tem se mostrado adequada”, explicou o CEO, ao apontar que a empresa começa a colher resultados de iniciativas de cortes de custos e otimização, como hibernação de ativos.

Ele também comentou que há expectativa na indústria de que seja possível aplicar reajustes de preços no segundo semestre do ano, em meio a uma demanda estável.

“Está havendo agora, eu diria, uma narrativa no mercado que está sendo bem digerida, bem absorvida, que é de fato a gente poder através de preços fazer recomposição de nosas margens. É provável que observemos neste trimestre e provavelmente no próximo uma evolução desas margens”, afirmou.