São Paulo, 04/02/2025 – A Petrobras deverá divulgar distribuição de dividendos aos acionistas que podem passar de US$3 bilhões junto com o balanço do quarto trimestre, segundo projeções de bancos após relatório de produção e vendas do período, divulgado na noite de ontem.
A produção total de petróleo e gás da Petrobras no 4T ficou em 2,6 milhões de barris de óleo equivalente por dia, recuo de 2,3% t/t e de 10,5% a/a. Analistas pontuaram que os números não trouxeram surpresas, devido a divulgações prévias da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Para o BTG, que refinou projeções após os dados, a Petrobras deve reportar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de US$10,8 bilhões no périodo, com queda de 7% t/t, impactado pela queda na produção e por uma redução de 6% t/t nos preços do petróleo Brent.
“Acreditamos, no entanto, que o foco dos investidores permanecerá nos dividendos, e antecipamos um payout substancial de US$ 3,3 bilhões (dividend yield de 3,8%)”, escreveu o time do BTG. O lucro é estimado em US$2 bilhões.
A XP projeta EBITDA ajustado da Petrobras em US$10,5 bilhões no 4T, com queda de 10% t/t e de 30% a/a, e lucro líquido de US$798 milhões, “impactado por perdas cambiais”. Em dividendos, a XP espera cerca de US$3 bilhões, com yield de 3,4%.
Para o Goldman Sachs, os dividendos ordinários do 4T devem ser de US$2 bilhões. O banco americano disse ter projeção 3% acima do consenso Bloomberg para o EBITDA da estatal, sem detalhar. O time do Goldman vê a ação como atraente para carrego, com potencial dividend yield de 14% neste ano, sendo 2% em proventos extraordinários.
O Itaú BBA projetou um dividendo ordinário de US$2,6 bilhões para a Petrobras, com yield de 3,2%. O EBITDA está estimado pelo BBA em US$10 bilhões, queda de 14% t/t, e o lucro líquido em US$2,4 bilhões, com recuo de 60% t/t e 71% a/a.
OTIMISMO PARA O ANO
A equipe do BTG admitiu que, na parte operacional, a produção da Petrobras “foi um tanto fraca em 2024, mas há razões sólidas para esperar crescimento em breve“, reafirmando visão positiva para a empresa em 2025.
“Sim, o ano ainda está iniciando, mas já observamos assimetrias positivas em relação às nossas estimativas, impulsionadas por melhores preços do petróleo e câmbio”, afirmou o BTG.
Em relatório, o BTG também avaliou que o recente aumento do diesel pela Petrobras “sugere que os preços dos combustíveis no mercado interno não se afastarão muito do preço de paridade internacional”, sustentando uma estimativa “conservadora” de dividend yield de 12% para este ano, ou 14% com dividendos extraordinários.
O BTG tem Petrobras como principal recomendação em petróleo e gás no Brasil, com recomendação de ´compra´ e preço-alvo de R$58. O Goldman Sachs segue com ´compra´ em PETR4 e tem preço-alvo de R$43,90. As ações PN da Petrobras encerraram ontem em R$37,50, e hoje recuavam cerca de 1,6% por volta das 11h07, a R$36,88.