São Paulo, 1/11/2024 – Analistas do BTG Pactual elevaram recomendação para ações da WEG a ‘compra’, logo após as ações despencarem na sequência do balanço do terceiro trimestre da empresa nesta semana, enquanto o Itaú BBA reiterou visão otimista para os papéis, com ambos vendo o movimento do mercado como exagerado.
“Os resultados do 3º trimestre foram sólidos ante base de comparação do ano passado. No entanto, a WEG sofre com o próprio sucesso, pois as expectativas sempre são altas, e alguns investidores esperavam margens ainda maiores neste trimestre”, escreveu o time do BTG.
A equipe do Itaú BBA concordou que as expectativas estavam muito elevadas, com ações subindo 4,7% nos dias anteriores ao balanço, enquanto o IBOV caiu 1%, mas disse ver a fraqueza dos papéis como “oportunidade de compra”. “A WEG reportou números do 3º trimestre em linha com as expectativas em geral”, escreveram.
Os papéis da WEG despencaram mais de 5% na quarta-feira, depois dos resultados, que mostraram lucro de R$1,5 bi, ante projeção de R$1,6 bi do BTG. O EBITDA ficou em R$2,2 bi, pouco abaixo dos R$2,3 bi previstos. O resultado foi afetado por aumento de despesas com a integração da Regal, maior aquisição da história da empresa, além de custos logísticos, vistos como “eventos únicos”, que impactaram as margens.
´MEA CULPA`
O BTG disse, no entanto, que não está alterando a recomendação devido à queda das ações após o balanço, mas por entender que subestimou o potencial da WEG antes, quando havia tirado a classificação de ´compra´.
“Estávamos errados; todas as nossas preocupações desapareceram”, comentaram os analistas, citando vendas mais altas que o esperado em equipamentos de transmissão, distribuição, e boas carteiras de pedidos no Brasil e nos EUA, além de um momento bastante favorável para exportadoras e para os negócios de energia no mercado americano.
“Também vimos crescimento contínuo no mercado de data centers, tornando a WEG uma das melhores histórias para acompanhar no mercado de ações da América Latina em relação a essa tendência”, destacou o BTG. O banco elevou o preço-alvo de R$60 para R$68 por ação, de R$54,11 no fechamento de ontem.
WEG ESTÁ CARA? ´NADA NOVO SOB O SOL´
Os analistas do BTG ainda tentaram entender a pergunta clássica do mercado: as ações da WEG não estão muito caras, avaliadas com múltiplos que mostram relação preço-lucro de cerca de 30 vezes para 2025?
“Embora reconheçamos que este não é o ponto de entrada ideal –o último upgrade ocorreu com o valuation na faixa de vinte e poucos–, acreditamos que o aumento da participação da WEG no mercado de redes de energia dos EUA sustentará um valuation que permanecerá acima das médias históricas por um período prolongado”, escreveram.
Para o time do BTG, a WEG passa a ser precificada com base nos segmentos de motores de baixa tensão e redes elétricas, “o que deve levar a múltiplos mais altos, pelo menos no futuro próximo”.
Para a Genial, a queda das ações de WEG após o balanço é “um movimento de correção natural, que não impacta necessariamente a tese de longo da empresa”, com os números só um pouco abaixo do esperado. “Não enxergamos o resultado como catastrófico”.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)