Dimas Costa falou ao FLJ

Chuvas ajudam e bandeira tarifária não deve voltar ao vermelho agora, diz VP da Cemig

Chuvas ajudam e bandeira tarifária não deve voltar ao vermelho agora, diz VP da Cemig

São Paulo, 29/10/2024 – Uma recente melhora no nível de chuvas na região dos reservatórios hidrelétricos e a chegada do “período úmido”, em novembro, devem fazer com que as contas de luz não voltem a ter bandeira tarifária vermelha em dezembro e no começo de 2025, disse à Mover/Faria Lima Journal nesta terça-feira o vice-presidente de Comercialização da Cemig, Dimas Costa, que vê possibilidade de bandeira verde, sem cobrança adicionais.

Com o armazenamento começando a se recompor nas principais usinas hídricas e sem previsão por enquanto de um atraso na época de chuvas mais fortes, Costa também espera que a recente tendência altista de preços no mercado de energia elétrica não se sustente. Se confirmado, esse cenário frustraria expectativas de parte do mercado por um 2025 mais favorável para empresas de geração de energia, como a Eletrobras. 

“Nossa visão para energia no ano que vem é de tendência de os preços ficarem perto do PLD mínimo”, disse Costa, em referência ao preço à vista, ou spot, do mercado de energia, que influencia os preços de contratos no mercado livre de eletricidade.

“Teve essa tendência altista, em função da má performance das chuvas. Mas isso pegou um cenário de reservatórios já muito favorável. De qualquer maneira, o mercado tem aversão a risco, e tinha um risco. Para você ver, energia convencional para 2025 chegou a bater R$210 por MWh. Já está aí a R$135. Teve uns soluços aí, essa semana parece que deu uma subidinha, mas a tendência é de queda”, disse Costa.

Os preços de contratos de longo prazo de energia convencional recuaram nas últimas semanas, a R$149 por MWh, com retração de 2,4% no mês, embora no ano ainda acumulem variação positiva de 39%, segundo a consultoria Dcide.

No início do mês, os preços spot de energia, PLD, chegaram a registrar a maior média diária em 5 anos, a R$717/MWh, após passarem dois anos perto do nível mínimo permitido pela regulação, de R$61, patamar do qual saiu em meados deste ano.

“Eu acredito que não (continuará nesse nível). Isso, em um ponto, é ruim, porque você inviabiliza novos empreendimentos de geração”, acrescentou Costa, que falou à Mover/Faria Lima Journal nos bastidores de evento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em São Paulo.

Nos últimos anos, com os preços no mercado de energia em baixa, diversas empresas paralisaram investimentos em novos ativos de geração, incluindo grupos como a própria Cemig, Auren, Serena e Equatorial. 

Acordos de parceria para investimentos em renováveis conhecidos como autoprodução, em que elétricas se associam com indústrias intensivas em consumo de energia, também são prejudicados em conjunturas de preços baixos, disse Costa. Recentemente, empresas incluindo a própria Cemig, Casa dos Ventos e Serena Energia anunciaram acordos no modelo de autoprodução.