São Paulo, 31/07/2024 – As ações da WEG dispararam hoje, renovando, máximas históricas, após a companhia reportar balanço acima das expectativas na noite de ontem, com alguns analistas apostando ainda que o recente frenesi em torno dos negócios ligados a inteligência artificial poderá dar impulso extra aos papéis à frente.
Por volta das 16h15 as ações da ON da WEG tinham o segundo maior volume de negócios do Ibovespa e disparavam 10,66%, cotadas a R$50,70 caminhando para registrar a maior alta diária desde julho de 2020.
A multinacional brasileira de motores e equipamentos elétricos teve lucro líquido de R$1,44 bilhão no segundo trimestre, 8,5% acima do consenso de mercado, com EBITDA de R$2,1 bilhões, 10% superior ao esperado, segundo a Genial, que brincou em título do relatório ao descrever os resultados: “medalha de ouro para o Brasil”.
“A WEG mais uma vez surpreendeu o mercado, superando expectativas otimistas e mostrando capacidade de manter altas margens”, disseram analistas do Itaú BBA, avaliando que os números podem levar a uma revisão das projeções de consenso para os resultados da empresa, se a tendência continuar. Eles têm recomendação de ´compra´ para os papéis, com preço-alvo de R$52.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O Itaú BBA entende ainda que “discussões em torno da Inteligência Artificial” podem beneficiar a ação, ajudando em uma potencial reclassificação do valor da companhia à frente. Com uma verdadeira ´mania´ de investimentos em IA, principalmente nos Estados Unidos, a demanda por energia no país voltou a crescer como não ocorria há décadas, o que deve impulsionar investimentos em geração e na rede.
Isso poderia ser um impulso adicional para a divisão de equipamentos Geração, Transmissão e Distribuição de energia da WEG, que responde por 41% da receita e que já mostrou ´bom volume de entregas´ no segundo trimestre, apoiado pela demanda de geração renovável e reforço da infraestrutura elétrica nos EUA.
“Acreditamos que a WEG vai se beneficiar com uma aceleração adicional nos negócios de geração, transmissão, distribuição e armazenamento de energia, que será guiada pelo consumo de energia de data-centers voltados à IA e sistemas de proteção e baterias”, escreveu o time do Santander Corporate, liderado por Maria pala Cantusio, em relatório no começo do mês.
“Em nossa visão, a WEG será um player chave para viabilizar toda infraestrutura necessária para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas relacionadas a IA”, apontou o Santander, ao projetar que custos da energia menores para grandes empresas no Brasil, na comparação com países rivais, podem ser um fator para atrair investimentos em data-centers gigantes também em solo nacional.
Em relatório recente, o time do Itaú BBA apontou que o uso de energia por datacenters deve avançar 30% ao ano nos próximos cinco anos, e que outras tendências como eletrificação e transição para energia limpa também deverão apoiar a demanda pelos produtos da WEG.
“A divisão externa de GTD da WEG responde por 18% da receita total, mas representou 90% do crescimento de receita nos últimos 12 meses. Em nossa visão, ela deve continuar a ser o principal ´driver´ de crescimento à frente”, escreveu a equipe liderada por Daniel Gasparette.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)