Itaú (ITUB4) tende a pagar mais dividendos no 2º semestre, diz CEO do banco

Instituição financeira teve alta no lucro e mostrou controle da inadimplência

Itaú/Divulgação
Itaú/Divulgação

Por Bruno Andrade

“Esperamos um aumento do pagamento de dividendos do Itaú no segundo semestre “, disse o presidente do Itaú Unibanco (ITUB4), Milton Maluhy Filho, em entrevista coletiva para a imprensa nesta terça-feira (08).

A fala aconteceu após o CEO do banco ter sido questionado sobre os índices de basiléia do banco, indicador que mede quanto dos empréstimos ofertados pela instituição é coberto pelo próprio dinheiro da instituição financeira.

O indicador está passando por uma série de normas de regulamentação, o último tópico a sair será o risco operacional basiléia. Esse item será definido ao longo desse segundo semestre. De acordo com Maluhy Filho, após a definição do indicador, o banco deve divulgar o valor exato do percentual do lucro que será pago em dividendos (payout).

“É difícil projetar agora sem a norma de risco operacional. Após a saída da regra, a gente define o nível de capital do banco, vê se tem alguma outra oportunidade de alocação de capital que faz sentido, e não havendo, o nosso objetivo não é reter excesso de capital, e sim distribuir. Então, espera-se, sim, uma revisão do payout ao longo do segundo semestre”, disse Maluhy Filho.

O Itaú reportou lucro recorrente de R$ 8,74 bilhões no segundo trimestre de 2023, alta de 13,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A rentabilidade do Itaú ficou elevada no último trimestre na comparação com pares.

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,9%, avanço de 0,1 ponto percentual. Já o ROE de Bradesco e Santander ficaram, respectivamente, em 11,1% e 11,2%. Parte dessa rentabilidade elevada do Itaú é vista pelo controle da inadimplência, que ficou em 3%, contra 3,3% do Santander e de 5,9% do Bradesco.

Segundo Maluhy Filho, a alta da inadimplência aconteceu em meio ao endividamento das famílias e a alta da inflação. Para ele, esses fatores prejudicaram os pagamentos de dívidas das famílias de baixa renda.

“Nós fizemos uma gestão de risco, que na nossa visão foi muito adequada diante do ciclo. Tomamos decisões de rever o nosso apetite em segmentos menos resilientes, muito mais voláteis, e mantivemos nosso foco em clientes de média e alta renda”, afirmou.

Por fim, o presidente do maior banco privado do país disse que o segundo semestre desse ano terá uma leve retração econômica, mas no longo prazo a tendência é de melhora.

“A gente vai passar por um ciclo agora mais contracionista natural em função do efeito do juros. Ainda assim, as expectativas para o longo prazo é de melhora, visto o trabalho conjunto do Ministro da Fazenda e do Banco Central, que com o arcabouço fiscal deu-se início a redução dos juros”, comentou Maluhy Filho.