Mercados caem após PMIs fracos; China e EUA no radar

Veja como as bolsas internacionais operam na manhã desta terça-feira

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Por: Leandro Tavares

Na volta dos mercados americanos, as bolsas operam em queda nesta terça-feira, refletindo a enxurrada de divulgações de índices de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de alguns países, que mede a atividade de determinados setores. No Brasil, os agentes aguardam mais uma vez Roberto Campos Neto.

Na Alemanha, o PMI composto e de serviços atingiram 44,6 pontos e 47,3 pontos no resultado final de agosto, respectivamente, em linha com os consensos, mas abaixo dos dados de julho. Lembrando que leitura abaixo de 50 pontos indica contração da economia. 

Na Zona do Euro, os mesmos indicadores alcançaram 46,7 pontos e 47,9 pontos no mês passado, nesta ordem, ficando abaixo das projeções. O índice de preço ao produtor da região teve retração de 0,50% em julho. O consenso previa queda de 0,60%. No Reino Unido, o PMI composto e o de serviços superaram o consenso, com 48,60 e 49,50 pontos, respectivamente. 

Por outro lado, uma pesquisa do Banco Central Europeu (BCE) mostrou que a expectativa de inflação para daqui três anos aumentou em julho, passando de 2,3% para 2,4%, enquanto a expectativa de um ano permaneceu inalterada em 3,4%. 

Essa é uma notícia um tanto quanto indesejada para o BCE, já que pode ter que elevar novamente a taxa de juros na reunião do dia 15 de setembro, uma vez que a inflação se mostra persistente no bloco. 

Mais tarde, às 9h30 e às 11h30, os investidores devem ficar de olho nos discursos de membros do BCE como Isabel Schnabel e Luis de Guindos, nesta ordem. 

Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única, de olho nos PMIs de Japão e China, que vieram acima de 50 pontos tanto o composto quanto o de serviços em agosto. Os dados até indicam certa recuperação da atividade, mas vieram muito abaixo do registrado em junho, o que mostra a dificuldade de recuperação da economia. 

Além disso, os investidores ainda digerem estímulos recentes na China, como a flexibilização de algumas regras de endividamento pelo Banco Popular da China. Na semana passada, o governo chinês já havia anunciado medidas no mercado imobiliário. 

De acordo com a Reuters, citando fontes, a China deve lançar um novo fundo de investimentos com apoio oficial que busca levantar cerca de US$40 bilhões para o setor de semicondutores.O movimento ocorre em meio a esforços de Pequim para avançar no setor, aproximando-se dos Estados Unidos e de outros concorrentes nesse segmento.

Nos EUA, na volta do feriado do Dia do Trabalho, a agenda está bem tímida, com a divulgação apenas das encomendas às indústrias, às 11h, que tem consenso de uma queda de 2,50%.

Os juros americanos, no entanto, permanecem no radar na volta dos mercados. Cresceu a aposta dos investidores, desde a última sexta-feira, de que o Federal Reserve pode estar no final do seu ciclo de aperto monetário. Isso porque os dados do mercado de trabalho mostraram sinais de arrefecimento.

No Brasil, os agentes aguardam a divulgação da produção industrial, que deve trazer algum aumento em determinados setores, já que houve melhora da economia brasileira no primeiro semestre. O dado, que será divulgado às 9h pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem consenso de uma retração de 0,30% em julho.  

Às 10h, a S&P Global vai divulgar o PMI composto e de serviços de agosto, que devem refletir a melhora da economia brasileira, com dados acima de 50 pontos. 

Na Câmara, os deputados aprovaram na noite de ontem o requerimento de urgência do Projeto de Lei (PL) do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo e que trata também do juros do rotativo do cartão de crédito. A expectativa é que a matéria seja apreciada hoje no plenário.

Pressionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, o governo começa a discutir uma reforma administrativa. A principal preocupação do governo é que Lira desengavete a proposta enviada pelo presidente Jair Bolsonaro. Os pontos principais dessa possível reforma serão alinhados nesta terça-feira, em reunião no Ministério da Gestão.  

A reforma ministerial do governo também continua no radar. A expectativa é que o anúncio aconteça até a próxima quinta-feira, quando o presidente Lula (PT) viaja para Nova Déli, na Índia, onde participará da cúpula do G-20. O governo anunciou que os deputados André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (PR) farão parte de alguma pasta.

Ontem, o Ibovespa encerrou em queda, em dia de baixo volume por conta do feriado nos EUA. No mercado de câmbio, o dólar fechou em baixa, após novos estímulos na China. 

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 7h, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em queda de 0,04%, 0,17% e 0,30%, respectivamente

O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,24%, enquanto o índice alemão DAX tinha baixa de 0,26% e o britânico FTSE-100 tinha alta de 0,09%. Entre os setores, destaque para o segmento de consumo, que tinha queda de 0,87%. 

O dólar americano operava em alta em comparação aos pares. O DXY tinha elevação de 0,43%, a 104,604 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única, com destaque para o rand sul-africano, que cai 0,20%.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em alta de 6 pontos-base, a 4,187%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong teve queda de 2,06%, enquanto o Xangai Composto caiu 0,71%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, teve alta de 0,30%.

O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, caía 0,56%, às 6h00, cotado a US$115,84.

O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em queda de 0,17%, a US$88,40. 

O Bitcoin tinha baixa de 0,79% nas últimas 24 horas, a US$25.741,00; o Ethereum caía 0,32% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir em queda, impactado pela baixa das commodities, exterior e cena política interna. O índice tem suporte mínimo em 113.100 pontos e resistência máxima em 122.600 pontos, de acordo com o BB Investimentos. 

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, refletindo a valorização da moeda no exterior e possível crise interna entre Legislativo e Executivo. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de alta. Os juros futuros nos EUA operam em alta na volta do feriado.  

DESTAQUES

A Via está buscando um alívio de até 50% de uma dívida bilionária junto a bancos credores, em meio às necessidades de reforçar o balanço que já levaram a empresa controladora das Casas Bahia e do Ponto a anunciar um potencial aumento de capital no mês passado, disseram à Mover duas fontes com conhecimento do assunto. Segundo as fontes, que pediram anonimato para falar sobre o tema, além da redução da dívida bancária, a Via busca o alongamento de prazos de pagamento. (Mover)

Os contratos futuros para o petróleo tipo Brent com entrega em novembro operaram no maior nível intradiário desde novembro de 2022 nesta segunda-feira, na esteira das projeções de analistas de que a Arábia Saudita estenderá um corte da oferta da commodity até ao menos outubro. A commodity também se beneficiou, no dia, de uma leitura favorável ao fim do ciclo de alta dos juros nos EUA e, também, de dados industriais acima do esperado na China. (Mover)

O Banco Central anunciou nesta segunda-feira que realizará amanhã leilão de swap cambial tradicional com a oferta de até 16 mil contratos, totalizando US$800 milhões e dando início à rolagem de contratos com vencimento em 1 de novembro. Entre 11h30 e 11h40, serão ofertados 265.880 contratos para 1 de março de 2024 e 1 de agosto de 2024, com vencimentos previstos de US$13,3 bilhões. No anúncio da oferta, o BC informou a intenção de realizar a rolagem integral dos contratos.(Mover)

A B3 confirmou na tarde desta segunda-feira que as ações ON da PetroReconcavo e da Vamos passaram a integrar a carteira teórica do Ibovespa, enquanto a Meliuz ON deixou de fazer parte do índice. A nova composição tem validade a partir de hoje até o dia 29 de dezembro deste ano. (Mover)

A trajetória da inflação às metas perseguidas por bancos centrais de grandes economias deverá ser lenta e demandará a manutenção das taxas de juros em níveis elevados por um período prolongado, mesmo com um eventual fim do ciclo de alta, avaliou o time de gestores da Ibiuna Investimentos em carta a cotistas divulgada nesta segunda-feira. (Mover)

Presidente do Carf vê meta de R$54 bilhões como ‘conservadora’. O auditor-fiscal da Receita Federal, Carlos Higino disse que o órgão quer julgar até R$800 bilhões em 2024. (Valor)

Em agosto, B3 tem maior saída de estrangeiro desde março de 2020. Segundo dados da B3 compilados pelo Valor Data, o investidor estrangeiro fez saques líquidos de R$13,21 bilhões no período. (Valor).

Parlamentares falam em ‘abrir discussão’ sobre administrativa. A expectativa do Congresso é que o tema possa ser debatido depois da aprovação da reforma tributária. (Estadão).

Fundos imobiliários e do agro serão taxados. O governo diz que só um pequeno grupo de investidores, que se juntam para não pagar IR, vai ser afetado pela medida. (Estadão).

CPI da Americanas vê um ‘escândalo contábil’, mas não aponta culpados. O relatório final será apresentado hoje. Miguel Gutierrez, ex-CEO, diz que os acionistas conheciam a situação da empresa. (O Globo).