Intelbras (INTB3) vê ´vida nova´ em divisão solar em 2024, mas "sem sonhos", diz CEO

Analistas do Santander destacaram os ventos contrários no setor

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Por: Luciano Costa

A Intelbras, focada em produtos e soluções em segurança, comunicação e energia, espera um 2024 melhor, após um 2023 bastante prejudicado pela forte retração dos negócios na divisão de energia, disseram executivos em teleconferência com acionistas e analistas nesta terça-feira.

A companhia sofre com um momento negativo no mercado solar brasileiro que também pesou sobre os mais recentes balanços de outras empresas, como WEG e WDC Networks, diante de mudanças regulatórias que reduziram a demanda no segmento. A desaceleração no setor começou após a entrada em vigor de uma lei que reduziu alguns benefícios antes concedidos para pessoas e empresas que investem em sistemas fotovoltaicos próprios.

No terceiro trimestre, a receita da Intelbras em energia despencou quase 50% ante o mesmo período de 2022, apesar de um avanço de 10% frente ao trimestre anterior, com uma melhora nos volumes em parte compensadas por uma queda nos preços de painéis fotovoltaicos. 

“Temos hoje, com segurança e tranquilidade, que a ´tempestade´ da Intelbras passou e agora tudo indica novos momentos, principalmente para 2024. Voltaremos a subir a escadaria, já que andamos de lado neste ano”, disse o CEO, Altair Silvestre.

O lucro da Intelbras foi de R$111 milhões no trimestre, uma queda de 6% frente ao trimestre anterior e de 9,6% na comparação anual. A receita líquida nos primeiros nove meses do ano mostra recuo de 1,8% ante igual período de 2022.  

Analistas do Santander Corporate & Investment destacaram os “ventos contrários” no setor solar, mas notaram que os volumes de vendas voltaram a avançar, apesar de um corte de preços que reduziu a margem bruta, mas contribuiu para reduzir níveis de estoques. 

Agora, a empresa projeta começar a receber materiais “com custos atualizados e adequados aos patamares de preços praticados atualmente” no mercado, ao mesmo tempo em que ajusta a visão sobre as perspectivas para o segmento, inclusive cortando custos. 

“Vamos buscar crescer com segurança no solar, sem sonhos, e sem aquela correria do passado. Para isso estamos dispostos até a não avançar no ´market share´”, explicou Silvestre. 

Os executivos da Intelbras também disseram ver uma melhora no mercado solar, que volta a se aproximar dos níveis de demanda do primeiro semestre do ano passado.