Ibovespa fecha em queda pressionado por alta da inflação e novos ruídos políticos

O Ibovespa fechou em queda de 1,67%, aos 105.798 pontos. Na semana, o índice acumulou perdas de 3,09%

Unsplash
Unsplash

Por: Gabriel Ponte e Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta sexta-feira em queda, em linha com o pregão negativo em Wall Street, após dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos e no Brasil. Declarações da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, sobre a reoneração de tributos sobre combustíveis derrubaram os papéis da Petrobras.

O Ibovespa fechou em queda de 1,67%, aos 105.798 pontos. Na semana, o índice acumulou perdas de 3,09%.

As ordinárias da Vale e preferenciais do Itaú tiraram mais de 600 pontos do Ibovespa, em quedas de 2,20% e 3,06%, na sequência. As ordinárias e preferenciais da Petrobras recuaram 1,50% e 2,18%, respectivamente, na contramão da sessão positiva para os preços do petróleo no mercado global.

As ordinárias da Minerva recuaram 2,37%, a R$11,52, após a companhia ter reportado ontem prejuízo líquido de R$25,7 milhões no quarto trimestre de 2022. A empresa ainda lida com a suspensão de exportações à China após a confirmação de um caso atípico de “vaca louca” no Pará.

Investidores reagiram hoje à alta mensal de 0,76% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro, acima do consenso Economatica, que previa alta de 0,60%. O mercado local também seguiu a sessão americana negativa, após o avanço de 0,6% do núcleo do índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), na base mensal, acima do consenso Mover, que previa alta de 0,4%, sinalizando a continuidade do ciclo de alta dos juros americanos pelo Federal Reserve.

Os contratos de dólar futuro avançaram 1,35% na B3, a R$5,215, impulsionados por declarações de dirigentes do banco central americano como o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou hoje que é preciso se mover “rapidamente” para proteger a credibilidade da autarquia. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,72%.

No campo político, mais cedo, Hoffmann afirmou em publicação no Twitter que “antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras”. Ontem, o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que a reoneração da gasolina está prevista para o começo de março, segundo medida provisória editada pelo governo em janeiro.