Ibovespa cai com temor sobre risco bancário

Problemas do Credit Suisse pesam no pregão

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Por Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em leve queda, após reguladores financeiros da Suíça afirmarem que o banco central do país pode fornecer liquidez ao Credit Suisse, cujas ações despencaram no pregão de hoje em bolsas europeias e americanas. O índice, entretanto, foi pressionado por empresas ligadas às commodities, que se desvalorizaram no mercado internacional.

O índice Bovespa fechou em leve queda de 0,25%, aos 102.675 pontos, no quinto recuo consecutivo e no menor nível de fechamento desde agosto de 2022. Na mínima da sessão, às 11h45, o índice atingiu os 100.692 pontos.

As ações do Credit Suisse despencaram 13,94% na NYSE e 24,24% na bolsa suíça SIX, sob temores acerca da saúde financeira da instituição. Ontem, o banco reportou ter encontrado “fraquezas materiais” nos controles internos de divulgação de resultados financeiros, segundo auditoria realizada pela PricewaterhouseCoopers.

A queda dos papéis do CS ocorreram na esteira do colapso do Silicon Valley Bank na semana passada nos Estados Unidos. Ao fim do dia, entretanto, reguladores financeiros da Suíça publicaram um comunicado assegurando que o banco central do país ofertaria liquidez à instituição “caso necessário”.

No mercado local, a expectativa sobre o pacote fiscal a ser apresentado pelo governo limitou as perdas do Ibovespa no dia. Segundo a CNN Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresentou mais cedo a proposta do novo arcabouço fiscal preparado pela equipe econômica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os papéis ordinários da Vale (VALE3) recuaram 3,01% e desidrataram o Ibovespa em mais de 530 pontos, em linha com a sessão negativa para os contratos futuros do minério de ferro na China. O setor de Materiais Básicos da B3 recuou 3,18%.

Já os ordinários e preferenciais da Petrobras (PETR4)caíram 2,44% e 1,77%, respectivamente, impactados pelo terceiro recuo consecutivo dos preços do petróleo Brent futuro, para níveis não tocados desde dezembro de 2021. Por volta das 17h35, os contratos da commodity para entrega em maio recuavam 3,85%, a US$74,47 por barril.

Os papéis ordinários do Méliuz (CASH3)avançaram 14,44% e lideraram as altas percentuais do índice, após o diretor de Relações com Investidores, Marcio Penna, dizer em teleconferência mais cedo que a companhia deve distribuir o valor recebido com a venda da plataforma Bankly em proventos aos acionistas.