Haddad silencia sobre suspensão de produção pela Volkswagen

Montadora parou produção por causa da estagnação do mercado

Agência Brasil
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Por Sheyla Santos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), silenciou sobre a suspensão da produção de automóveis da Volkswagen por “estagnação do mercado” nas três fábricas instaladas nos estados do Paraná e de São Paulo, após ser perguntado por jornalistas sobre o caso nesta quarta-feira. “Não vou comentar”, disse.

Haddad, frise-se, estava atrasado para participar do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, que acontece nesta manhã no Palácio do Planalto. Lá, em breve pronunciamento, não citou a situação das montadoras e ateve-se à pauta do agro. Afirmou que o custo da terra está aumentando em decorrência de uma dolarização da economia agrária, focada na exportação de commodities. “A economia não vai bem, o campo não vai bem, se o preço do alimento é caro”, avaliou.

A paralisação da Volkswagen, em meio a um programa governamental para estimular a venda de veículos automotores por meio de descontos que variam de R$2 mil a R$8 mil — concedidos com recursos públicos —, é um tema sensível para o governo.

Recentemente, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, havia dito que a iniciativa do governo de concessão de descontos patrocinados na compra de carros novos era um sucesso. Procurado para comentar sobre as suspensões da Volkswagen, o ministério não retornou até o fechamento desta nota.

A Volkswagen, ontem à noite, informou que haverá parada de produção em suas fábricas de automóveis por conta da estagnação do mercado. “Todas as ferramentas de flexibilização estão previstas em Acordo Coletivo firmado entre o Sindicato e colaboradores da Volkswagen”, disse em nota.

SUSPENSÕES

Em nota, a Volkswagen informou que a fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde é produzido o carro T-Cross, suspendeu dois turnos da produção. Segundo a montadora, um dos turnos de produção está em layoff desde 5 de junho, e a previsão da empresa é que a suspensão dure entre dois e cinco meses. O outro turno de produção de veículos estará parado de 26 de junho a 30 de junho em regime de banco de horas.

Já a fábrica de Taubaté (SP), que produz os modelos Polo Track e Novo Polo, seguirá com a produção suspensa de 26 de junho até o dia 30 de junho com os dois turnos de produção interrompidos, também em regime de banco de horas.

Por fim, a fábrica localizada na rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), responsável pela produção dos modelos Novo Virtus, Novo Polo, Nivus e Saveiro, protocolou férias coletivas de dez dias previstas para os seus dois turnos de produção a partir de 10 de julho.