Por: Sheyla Santos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), confirmou ontem que a tributação da renda dos chamados fundos exclusivos será enviada pelo governo ao Congresso Nacional, ainda neste ano, como projeto de lei.
A escolha pode ser lida politicamente como um aceno do governo a parlamentares que já se mostraram desconfortáveis com o envio de medidas provisórias, que devem ser votadas em caráter de urgência, para o Poder Legislativo.
Em entrevista à GloboNews, o chefe da Fazenda voltou a defender a tributação dos mais ricos, ressaltando que eles também devem pagar impostos no Brasil. Segundo ele, o movimento é uma tendência global, pois, na visão dele, o “mundo inteiro” tem criado regras para os chamados “super ricos”, em função do enriquecimento por meio de big techs e criptomoedas.
“A renda dos fundos exclusivos é uma anomalia na legislação”, disse o ministro da Fazenda.
O objetivo é nobre, mas altamente desafiador. Todos os últimos quatro ministros da Fazenda ou da Economia tentaram taxar estes fundos. Nenhum conseguiu. Ao passo que o tema é central para que o governo consiga zerar o déficit fiscal em 2024, uma frustração na aprovação deste novo imposto pode custar caro à sociedade.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
MANCHETES DOS JORNAIS
Valor Econômico: Mercado vê queda maior da Selic e dólar sobe 2%
O Estado de S. Paulo: ‘Maior devastador’ da Amazônia e suspeito de grilagem é preso
O Globo: Desmatamento cai na Amazônia, mas bate recorde no Cerrado
Folha de S.Paulo: Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, toma posse no STF
DESTAQUE DO DIA
Lula embarca para as cidades de Parintins, no Amazonas, e Santarém, no Pará.
ECONOMIA
Haddad disse ontem, em entrevista à GloboNews, que nunca ouviu rumores sobre uma suposta indicação do nome do ex-ministro da pasta, Guido Mantega, para assumir a presidência da Vale. Nos bastidores, corre a informação de que essa seria uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrar influência sobre o comando da companhia, que é privada desde 1997. (Mover)
Na mesma entrevista, o ministro da Fazenda afirmou que é a favor de alargar a base do governo e que não vê problemas no movimento chamado de reforma ministerial para atender a interesses de partidos do chamado Centrão. “As pessoas cogitadas para o governo têm ótima relação”, disse.“Eu sou a favor de alargar a base, vai dar mais conforto para o governo”, justificou. (Mover)
Sobre uma possível troca de comando na Caixa Econômica Federal, o ministro esquivou-se de responder e ressaltou que as escolhas cabem ao presidente da República. “Me dou muito bem com a Rita [Serrano, presidente do banco]. Não sei o que Lula tem à mão”. (Mover)
POLÍTICA
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), afirmou que a reforma ministerial que visa incluir os partidos Progressistas e Republicanos no comando de ministérios do governo é dada como certa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e eventualmente poderá incluir mais” siglas do Centrão para ampliar a base do partido.
De acordo com o senador, um possível anúncio sobre mudanças nas pastas deverá ser feito por Lula depois de quarta-feira, quando o presidente retorna da viagem à região Norte. “Ele [Lula] tem que fazer um desenho de tal forma que satisfaça quem chega e não maltrate a quem já está [no governo]”, explicou o líder, durante a cerimônia de posse do ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin, em Brasília. (Mover)
Nos bastidores, circula a informação de que as pastas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), e do Ministério da Mulher, por Cida Gonçalves (PT), estariam sendo usadas na negociação com o Centrão. Embora dê a reforma ministerial como certa, Wagner não confirmou se as pastas estão na berlinda. (Mover)
ESTATAIS
A Petrobras reportou o lucro e o resultado operacional do segundo trimestre ligeiramente abaixo das expectativas do mercado. A petroleira somou lucro líquido entre abril e junho de R$28,7 bilhões, ante R$29,24 bilhões do TC Consenso, calculado com projeções de bancos de investimento.
O resultado da Petrobras representa uma queda de 25% frente ao primeiro trimestre e de 47% na comparação anual. A receita líquida da empresa atingiu R$113,8 bilhões, frustrando o TC Consenso de R$117,5 bilhões, e mostrando ainda um recuo trimestral de 18% e anual de 33%. (Mover)
AGENDA
Às, 10h30, o presidente Lula desembarca na cidade de Parintins,no Amazonas (horário local: -1h em relação à Brasília).
Às 11h, na Praça Digital, no centro de Parintins,, participa da cerimônia de Relançamento do Programa Luz para Todos; da inauguração da Interligação dos municípios de Itacoatiara (AM), Parintins (AM), e Juruti (PA) ao Sistema Interligado Nacional (SIN); assina o decreto de interligação elétrica dos países da América do Sul.
Às 12h45, embarca para Santarém, no Pará, onde deverá chegar às 14h10.
Geraldo Alckmin, participa, às 10h, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, do lançamento da Pedra Fundamental da Be8 (usina de etanol).
Às 14h, reúne-se, em Porto Alegre (RS) com lideranças da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Às 18h, embarca para São Paulo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cumpre agendas em São Paulo. Às 10h, reúne-se com o ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, Joaquim Levy.
Às 11h, recebe Isabella Weber, representante da Universidade de Massachusetts Amherst.