Ibovespa recua com queda de Vale e Gerdau; deflação na China preocupa

Acompanhe o fechamento dos mercados nesta quarta (9)

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Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (9) em queda, dando continuidade às perdas dos dias anteriores. Investidores reagiram novamente a dados da economia da China, que aumentaram os temores em relação à recuperação econômica do país, enquanto avaliaram uma série de resultados corporativos.

O Ibovespa fechou em queda de 0,57%, aos 118.408 pontos, pelo sétimo dia consecutivo – a maior sequência de perdas desde junho de 2022. A sessão teve volume de R$17,9 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Na Ásia, foram divulgados os dados do índice de preços ao consumidor na China, que mostrou deflação de 0,3% em julho, em base anual. Apesar de mostrar controle nos preços na economia, o indicador gera algumas preocupações em relação à demanda mais fraca no país asiático, com potencial impacto para a atividade no Brasil.

Segundo o especialista em investimentos da GT Capital, Dierson Richetti, além da maior aversão ao risco vinda do exterior, “a queda vista hoje no Ibovespa ocorreu em virtude dos balanços corporativos apresentados tanto ontem após pregão, quanto hoje no início da sessão”, que mostraram desempenho mais fraco de algumas empresas.

Entre os destaques, as ações da CVC caíram 7,99%, após a empresa informar que registrou prejuízo líquido de R$167 milhões no segundo trimestre, próximo ao consenso, mas, ainda assim, superior aos R$94,8 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Também entre as maiores baixas, as ações da Petz perderam 6,97%. De acordo com Richetti, os papéis acompanharam a expectativa de um balanço mais fraco, dado o nível de endividamento da empresa, fruto dos juros altos e da consequente fragilidade do mercado de varejo.

A maioria das “blue chips” terminou a sessão no campo negativo, caso das ON da Vale, da B3 e as PN da Gerdau, que recuaram 0,90%, 4,04% e 1,31%, sendo as maiores detratoras do Ibovespa. 

Na ponta oposta, as ON e PN da Petrobras avançaram 1,15% e 0,79%, respectivamente. Mais cedo, a estatal informou que, a partir de 2025, terá uma plataforma totalmente eletrificada e uma plataforma eólica “offshore”, trazendo sustentabilidade para a empresa, “o que foi bem visto pelo mercado”, segundo Richetti.  

Por fim, as ON da Eletrobras subiram 0,43%, em meio à notícia veiculada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu incluir a obra da usina nuclear Angra 3 no novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A informação já havia sido publicada anteriormente pelo Scoop by Mover.