Por: Simone Kafruni
O governo adiou para terça-feira a entrega do arcabouço fiscal ao Congresso Nacional, disse hoje o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), em entrevista à GloboNews.
Segundo ele, o motivo do adiamento foi a viagem do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), a São Paulo, por motivos de saúde. “Não tem problema deixar o texto principal para amanhã. Vamos entregar na terça, quando Lira volta à Brasília da revisão de saúde que foi fazer”, explicou.
“Lira já disse que tem o compromisso de votar [o projeto] em 15 dias na Câmara após a entrega”, completou.
Segundo Guimarães, se o arcabouço não for aprovado, o governo para em 2024. “O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) entregue na semana passada foi com base no Teto de Gastos, os R$172 bilhões a mais de gastos só estão previstos se o arcabouço for aprovado”, explicou.
Guimarães disse, ainda, que a LDO será enviada ao Congresso até 31 de agosto e precisa ter como base a nova política fiscal. “Depois do arcabouço, vamos votar as medidas complementares”, detalhou.
O líder do governo reafirmou a necessidade de o Banco Central reduzir as taxas de juros. “Não tem um líder no Congresso que defenda essa política de juros. Não tem nada de mexer na autonomia do BC”, disse.
Guimarães lembrou que toda semana a autoridade monetária está na Faria Lima conversando com o mercado financeiro. “Por que não conversa também com o Congresso?”, indagou.
“Espero que ainda na reunião de junho [do Comitê de Política Monetária], o BC dê algum sinal de vida”, afirmou, referindo-se à possibilidade de redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano.