Copel (CPLE6) tem aval de assembleia para avançar em privatização, apesar de queixas do BNDES

Confira a apuração exclusiva do Scoop by Mover

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Por Luciano Costa

A estatal paranaense de energia Copel (CPLE6) obteve nesta segunda-feira (10) o aval da maioria de seus acionistas para levar adiante o plano que a transformará em uma corporação sem controlador definido, o que, na prática, abre o caminho para a privatização da companhia, disseram à Mover duas fontes com conhecimento do assunto.

A assembleia de acionistas que decidiria sobre a continuidade da desestatização foi realizada hoje e autorizou o negócio, embora as deliberações sobre alguns itens da pauta, que envolvem a migração dos papéis da empresa ao Novo Mercado da B3, tenham sido suspensas após pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disseram as fontes, sob a condição de anonimato.

Com cerca de 24% da Copel e 12% das ações ordinárias da elétrica, com direito a voto, o BNDES vinha sendo pressionado por deputados do Partido dos Trabalhadores, inclusive a presidente da legenda, Gleisi Hoffman, a tomar medidas para travar a privatização, mas o adiamento de alguns itens da AGE de hoje não impedirá o avanço do processo, disse uma das pessoas que falaram à Mover.

“Não atrapalha em nada”, afirmou a fonte, ao destacar que já era previsto que o tema da migração da Copel ao Novo Mercado estaria condicionado em nova assembleia, de acionistas preferencialistas, que poderia ocorrer em até 12 meses. “Ou seja, atrasar agora esse processo não muda em nada”. Procurada, a Copel ainda não retornou de imediato os pedidos de comentários da Mover.

Além disso, o adiamento das deliberação sobre o Novo Mercado, que exigiria a conversão de todas ações da empresa em ordinárias, evita uma discussão acionária similar à travada atualmente entre o governo federal e a Eletrobras em torno dos direitos a voto na ex-estatal, que inclusive foi parar no Supremo Tribunal Federal, explicou a fonte.

Agora, para ser concretizada, a desestatização da Copel depende apenas de aprovações finais no Tribunal de Contas da União e no Tribunal de Contas do Estado do Paraná. No TCU, o ministro Vital do Rêgo pediu vistas do processo sobre a operação na semana passada. O tema deve voltar a ser tratado na corte nesta semana ou, no máximo, em 30 dias.

Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 17H41, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.