Por Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, ao assumir a presidência pro-tempore do Mercosul sob o mote da união no bloco, que problemas com a democracia sejam enfrentados com diálogo e não com o isolamento de países e acrescentou que buscará detalhes sobre a situação de candidata oposicionista da Venezuela, proibida de assumir cargos públicos por 15 anos.
Lula voltou a dizer que assumiu o compromisso, em conversa com o papa Francisco em junho, de conversar com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, sobre os atritos com setores da Igreja — em especial sobre o bispo Rolando Álvarez, crítico veemente de Ortega condenado a mais de 26 anos de prisão na Nicarágua em fevereiro.
“Naquilo que a gente puder contribuir… nós temos que conversar. O que não pode é a gente isolar, e a gente levar em conta que apenas o defeito está de um lado. Os defeitos são múltiplos. Então nós precisamos conversar com todo mundo”, defendeu Lula em Puerto Iguazú, na Argentina.
“E com relação à questão da Venezuela, gente, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde dele a gente enfrenta eles. Eu não conheço pormenores do problema com a candidata na Venezuela. Não conheço pormenores, sabe. Pretendo conhecer”, acrescentou.
No fim de junho, a ex-parlamentar Maria Corina Machado, favorita à indicação da oposição da Venezuela para a eleição presidencial nas primárias de outubro, foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos.
Essa proibição não afeta a candidatura de Machado nas primárias, que estão sendo realizadas pela oposição sem apoio estatal, mas significa que ela não poderá ser registrada junto às autoridades eleitorais para disputar a eleição presidencial.
Lula tem recebido críticas por conta do tratamento conferido à Venezuela. Na semana passada, em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente afirmou que a Venezuela tem mais eleições que o Brasil e que o conceito de democracia varia para cada pessoa.