Por Bruno Andrade
A prévia do PIB, ou o IBC-BR, ficou muito acima da expectativa do mercado em abril. O número apresentou uma alta de 0,56%, enquanto a expectativa do mercado era de 0,2%. Ainda segundo o BC, a expansão da economia foi de 3,31% em relação a abril do ano passado. No acumulado em 12 meses até abril, o avanço foi de 3,43%.
De acordo com Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, a cifra ratificou as novas projeções do mercado.
O mais recente boletim Focus, que é divulgado pelo Banco Central, prevê um crescimento do PIB de 1,84% no acumulado de 2023. A expectativa inicial do mercado era de um crescimento de apenas 0,8%, segundo o relatório do Focus do dia 2 de janeiro.
O relatório do BC não foi o único, o Credit Suisse revisou a estimativa para a atividade econômica de crescimento de 1,3% para alta de 2,1% em 2023.
Sendo assim, Daniel Miraglia acredita que a economia continua resiliênte. “Esse número de hoje mostra que as novas projeções de PIB no Brasil serão confirmadas no final do ano”, explicou o economista-chefe da Integral Group.
Agronegócio é responsável pelo bom desempenho do PIB em abril
Segundo Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, o principal motivo para essa melhora foi o agronegócio. Ele comentou que chegou a essa conclusão quando percebe que houve uma divergência do IBC-Br para outros indicadores de atividade divulgados nesta semana.
As vendas do Varejo ficaram estáveis com alta de 0,1%. Já o setor de serviços teve queda de 1,6%. “Por isso, o movimento do IBC-Br ainda pode ser reflexo do aquecimento no setor agro que observamos na divulgação do PIB”, disse Costa.
Próximos meses podem surpreender
Para o futuro, Denis Medina, economista e professor da FAC-SP, comentou que mesmo com os dados dos demais setores da economia em um patamar não tão interessante nesse primeiro semestre, a expectativa é de melhora na segunda metade de 2023. O principal motivo para isso são os estímulos econômicos.
“O governo pretende preparar estímulos para a economia, com programas como o PAC. Sendo assim, o impulsionamento dos demais setores, pode fazer com o desempenho do PIB surpreenda além do projetado”, disse Medina.
Já Idean Alves, sócio da Ação Brasil Investimentos, acredita que a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que está prevista para o segundo semestre, deve melhorar ainda mais as projeções.
“A queda de juros ajuda a reforçar a confiança do consumidor, e do empresário, ajudando a forjar o sentimento de crescimento econômico, o que estimula as pessoas a consumirem mais”, conclui.