Por Gustavo Boldrini
As ações preferenciais do Itaú (ITUB4) avançavam mais de 4% no início do pregão desta quarta-feira, liderando os ganhos do Ibovespa em pontos, após a divulgação de resultados do quarto trimestre de 2022 e de projeções para 2023 vistos como “sólidos” por analistas.
Perto das 10h53, o papel do Itaú saltava 4,68%, a R$25,70. No acumulado de 12 meses, os papéis agora sobem 5,1%.
O maior banco comercial da América Latina reportou lucro líquido gerencial de R$7,67 bilhões entre outubro e dezembro de 2022, abaixo do consenso de analistas colhido pela Mover, que previa R$8,28 bilhões de lucro.
Segundo o Itaú, o resultado foi impactado por um provisionamento extra de R$719 milhões para cobrir 100% da exposição do banco a uma “empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial”. Sem esse efeito, disse o Itaú, o lucro líquido gerencial atingiria R$8,4 bilhões, acima do consenso.
Os analistas Silvio Dória e Gabriel Pucci, do Safra, destacaram a “evolução positiva” na margem financeira do banco, que cresceu 17,8% na base anual, e o controle sobre a qualidade de crédito. Segundo eles, as projeções do banco para 2023 “sugerem que o bom momento de resultados deve continuar”.
Para Carlos André Vieira, do TC Matrix, a postura do Itaú em relação à Americanas mostra que o banco será um dos menos impactados pelo caso e “deve apresentar pouco ou nenhum reflexo deste evento nos seus próximos resultados”, diferente do rival Bradesco.
Tito Labarta, do Goldman Sachs, também avalia que o risco de futuras provisões para cobrir o rombo causado pela Americanas está “fora de cogitação”.