Ações de Eletrobras e Eneva sobem com impacto de onda de calor no mercado de energia

Veja a visão dos analistas sobre esses ativos

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Por: Luciano Costa

As ações da Eletrobras (ELET3)e da Eneva (ENEV3)operam em alta nesta sexta-feira e nos últimos dias, apoiadas pelos impactos da onda de calor sobre o mercado de energia, que favorece a receita dessas empresas, segundo analistas e uma fonte com conhecimento do assunto.


Para atender a uma demanda por eletricidade recorde no Brasil, foi necessário o uso de usinas termelétricas que até então estavam desligadas, incluindo ativos da Eneva.Só as usinas a gás do chamado Complexo Parnaíba, que a Eneva opera no Maranhão, geram R$20 milhões em receita extra por semana quando são chamadas a operar, e a empresa ainda tem usinas a carvão que também foram acionadas, disse à Mover uma fonte com conhecimento das operações. 

No caso da Eletrobras, a companhia é favorecida com a melhora nos preços no mercado de energia do Brasil, que começaram a subir após meses nos menores patamares em anos, devido a chuvas que encheram os reservatórios das hidrelétricas.

Os preços para contratos de longo prazo de energia hídrica saíram de R$85 por megawatt-hora em meados de agosto para R$113 na última semana, enquanto a energia de fontes renováveis saltou de R$117 para R$145/MWh nesse período, segundo dados da consultoria Dcide. 

“De setembro para cá, com o aumento no consumo devido ao calor, os preços se recuperaram”, disse o analista do TC Matrix, Arlindo Souza. Como a Eletrobras ficou com boa parte de sua produção de energia livre para venda depois da privatização, a companhia está mais exposta à conjuntura do mercado de energia, acrescentou o analista.

Em boletim de outubro, a consultoria PSR projetou que as altas temperaturas, a seca no Norte e o fenômeno climático El Niño deveriam levar a uma necessidade de uso “relativamente frequente” de termelétricas, embora sem risco de suprimento.

A equipe do BTG Pactual, que tem recomendação de compra para as ações da Eneva, previa acionamento “quase zero” das usinas da empresa no segundo semestre. Agora, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já projeta que será preciso acionar mais as térmicas até dezembro para atender aos picos de demanda, segundo o jornal O Globo. 

Por volta de 14h31, as ações ON da Eneva subiam 1,71%, a R$13,07, com ganhos de 10% na semana e de 20% no mês. Os papéis ON da Eletrobras avançavam 0,59%, a R$40,95, com alta de 9,6% na semana e de 17,5% no mês.