As ações da 3R Petroleum (RRRP3) saltaram na abertura do pregão desta sexta-feira (9), embora devolvendo parte dos ganhos na sequência, após a petroleira ter anunciado a conclusão da aquisição do Polo Potiguar junto à Petrobras, transação vista no mercado como essencial para os planos de crescimento da companhia.
As ON da 3R chegaram a disparar 5,9% no começo das negociações da B3 hoje, a R$35,15. Por volta das 11h23, subiam 2,11%, a R$33,88, com investidores levando em conta os também os desafios que a empresa terá ao assumir as operações do empreendimento de óleo e gás no Rio Grande do Norte.
“Se por um lado veremos um significativo incremento de produção e elevação de receitas, por outro a companhia assumirá seu maior desafio desde sua criação”, destacou o analista Arlindo Souza, do TC Matrix, em relatório no qual ressaltou que a companhia terá no curto e médio prazo a importante tarefa de reduzir custos de produção.
A compra de Potiguar, que exigiu desembolso de US$1 bilhão pela 3R, na quarta-feira, deverá levar a receita líquida da companhia para R$786 milhões no segundo trimestre e a R$1,8 bilhão no terceiro trimestre, quando terá efeito maior nos resultados, segundo estimativa do TC Matrix. O EBITDA deve ir de R$155,6 milhões no primeiro trimestre para R$419,8 milhões entre julho e setembro.
O time do TC Matrix reduziu o preço-alvo para as ações da 3R de R$90 para R$75, levando em consideração a diluição de investidores que não participaram do recente aumento de capital da companhia, para levantar recursos para investimentos em Potiguar.
O TC Matrix, no entanto, tem recomendação de “compra” para os papéis, destacando que Potiguar é “o principal gatilho de valor para a tese de investimento” na companhia, uma vez que agrega aos ativos da 3R a refinaria Clara Camarão, além de instalações para estocagem, importação e exportação de petróleo.
A companhia, no entanto, deve ver alta nos custos de extração pelo menos ao longo deste ano, com a incorporação de Potiguar, que deve entrar no balanço operando com o chamado “lifting cost” acima de US$20 por barril, contra US$23,1 da média da 3R no primeiro trimestre.
“Em nossa avaliação, a companhia deve entregar recuo significativo nos custos de extração entre o segundo e o terceiro trimestre de 2024, com este ano sendo voltado para a consolidação das operações”, afirmou Souza, do TC Matrix.
O Bank of America também considera a compra de Potiguar “um importante marco” para a 3R. Em relatório em 27 de abril, analistas do banco recomendaram os papéis, com preço-alvo de R$90 por ação, considerando expectativas de aumento da produção, o cenário positivo para petroleiras independentes no Brasil e o valor das ações, considerado atrativo.