Ação da Petrobras despenca com pessimismo e incerteza sobre mudanças no estatuto

Em relatório, o BTG destaca que as mudanças contradizem a sua tese

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Por: Ana Luiza Serrão

As ações da Petrobras (PETR4) lideram as perdas percentuais do Bovespa nesta segunda-feira, após bancos de investimentos veem com pessimismo e incerteza eventuais mudanças propostas no estatuto da estatal.

Por volta das 13h25, os papéis preferenciais da Petrobras caíam 5,75%, a R$35,55. Até o momento, os ativos da companhia acumulam alta de 80,71% no ano e 33,53% nos últimos 12 meses. Já o Ibovespa operava em alta de 0,12%, a 113.293 pontos.

Embora os detalhes das propostas de mudanças no estatuto da estatal só virão a ser conhecidos na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), isso já representa “claramente um desenvolvimento negativo”, segundo analistas do BTG Pactual, que esperam uma reação negativa do mercado.

Em relatório, o BTG destaca que as mudanças contradizem a sua tese, visto que o principal argumento que apoiava sua recomendação de “compra” para as ações era de que a “governança da empresa não permitiria mudanças drásticas em sua gestão e alocação de capital”.

Para o banco, as atuais alterações divulgadas pela Petrobras vão de encontro a isso, já que indicam a criação de uma reserva para potencial retenção de lucros, bem como a redução de restrições às nomeações a cargos de sua gestão, regidos pela Lei das Estatais.

O Goldman Sachs, por sua vez, acredita que a criação de uma reserva de remuneração aumenta as incertezas quanto ao pagamento de um eventual dividendo extraordinário, além de também notar a abertura de espaço para a nomeação de indivíduos politicamente expostos.

Por outro lado, as propostas da Petrobras também incentivam o cumprimento das políticas atuais, de acordo com os analistas do Goldman, que recomendam “compra” para os papéis PN, com preço-alvo de R$42,40.