DIs caem com expectativa sobre anúncio de arcabouço fiscal

Agentes financeiros digerem o relatório trimestral do Banco Central

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Por: Fabricio Julião

As taxas de juros futuros caíam acentuadamente nos primeiros negócios desta quinta-feira, com agentes financeiros digerindo o relatório trimestral do Banco Central, enquanto aguardam o anúncio do novo arcabouço fiscal.

Por volta das 9h30, o DI com vencimento em Jan/24 caía 4,5 pontos-base, a 13,17%, enquanto o DI com vencimento para Jan/25 tinha queda de 10 pontos-base, a 12,05%, e o DI com vencimento em Jan/27 recuava 12,5 pontos-base, a 12,17%.

As taxas mais longas também operavam em forte alta. O DI com vencimento em Jan/29 caía 12 pontos-base, a 12,60%, enquanto os DIs com vencimentos em Jan/31 e Jan/33 recuavam 11 pontos-base e 13 pbs, a 12,85% e 12,94%, respectivamente.

Os olhos estão voltados para o anúncio do novo arcabouço fiscal, programado para ocorrer às 10h30 desta quinta-feira pelos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento. 

Na véspera, rumores sobre o desenho da regra fiscal, dados acima do esperado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e medidas tributárias para combustíveis movimentaram o mercado.

Após matéria divulgada pelo Valor de que seria estabelecido um modelo no qual as despesas evoluirão segundo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, as taxas de juros futuros dispararam mais de 20 pontos-base. A alta chegou a arrefecer no fim do dia, logo depois também de outra matéria relacionada ao teor do arcabouço. Segundo notícia divulgada pelo G1, entre as metas de Haddad está a de zerar o déficit público da União em 2024 e manter superávit em 2025, com a dívida pública estabilizada em 2026, no último ano do mandato de Lula. 

Enquanto esperam o detalhamento do projeto de Haddad, os investidores digerem o relatório trimestral de inflação, publicado às 8h. O BC revisou a projeção de aumento do Produto Interno Bruto de 1,0% para 1,2% este ano, além de admitir que há 83% de estourar a meta da inflação este ano. 

Na inflação corrente, o Índice Geral de Preços-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, mostrou variação de 0,05% em março, abaixo do consenso de 0,15%, mas revereetendo a deflação de 0,6% de fevereiro.

No exterior, o clima propenso ao risco pressiona os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, puxando para cima as taxas projetadas nos papéis, que seguem sentido inverso ao dos preços. A taxa do título de 10 anos subia 2,3 pontos-base, a 3,591%, após dados mistros da economia americana.