Por Stéfanie Rigamonti
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), vai conceder entrevista ao vivo à CNN Brasil nesta sexta-feira, enquanto investidores aguardam mais informações sobre o desenho do novo arcabouço fiscal que substituirá o Teto de Gastos.
Ontem, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não recebeu a proposta das novas regras fiscais da equipe econômica, enquanto a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), informou que o novo marco fiscal mira zerar o déficit primário e estabilizar a dívida pública, garantindo que ele vai agradar ao mercado.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
DESTAQUES DO DIA
Hoje à noite, às 19h00, Haddad será entrevistado ao vivo pelaCNN Brasil, conforme a agenda ministerial. Ontem, o ministro disse a jornalistas, após o primeiro encontro que teve com Tebet para discutir o assunto, que Lula ainda não recebeu o texto do novo arcabouço fiscal, desenhado pela equipe econômica. A proposta foi concluída pelo Ministério da Fazenda na segunda-feira, segundo ele, mas ainda é objeto de debate em outras pastas. “Estamos socializando o texto com a área econômica para fechar um entendimento e depois levar para o presidente”, afirmou. (Mover)
A ministra Simone Tebet, por sua vez, afirmou à imprensa que a proposta do novo arcabouço fiscal atende à preocupação de zerar o déficit primário e estabilizar a relação dívida/Produto Interno Bruto do país. Tebet também disse que a reunião que teve com Haddad sobre o assunto foi satisfatória e garantiu que o arcabouço fiscal vai agradar a todos, inclusive ao mercado. (Mover)
ECONOMIA
A inadimplência de pessoas físicas junto a instituições financeiras, empresas de cartão de crédito, varejistas e companhias que prestam serviços de utilidade pública, como água e luz, atingiu recorde no mês de janeiro, com 70,1 milhões de inadimplentes e um total de R$323,3 bilhões de dívidas em atraso acumuladas. Os dados são da Serasa Experian. (Estado)
A ata da última reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central mostra uma desaceleração no crescimento do crédito amplo em diferentes modalidades, principalmente nas operações de maior risco envolvendo pessoas físicas. “Nas pessoas jurídicas, o crédito desacelerou marginalmente”, destaca. Apesar da desaceleração, o BC considera que o mercado de crédito não é objeto de temor no médio prazo, mas informou que segue acompanhando as incertezas. (Mover)
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados registrou a abertura líquida de 83.297 postos de trabalho em janeiro de 2023, oriunda de 1.874.226 admissões e 1.790.929 desligamentos, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O setor de Serviços foi o que mais teve admissões líquidas em janeiro, somando 40.686 postos. Construção, em seguida, registrou 38.695 postos. Na sequência, Indústria geral acumulou abertura de 34.023 postos. Agropecuária registrou 23.147 postos abertos, enquanto o setor de Comércio registrou fechamento de 53.524 postos. (Mover)
A 16ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro negou ontem pedido conjunto de cinco petroleiras para que elas ficassem isentas da cobrança do novo imposto de exportação de petróleo. A alíquota de 9,2% foi instituída por meio de uma Medida Provisória. A equipe econômica alega que ela visa compensar a manutenção parcial da desoneração de tributos federais sobre combustíveis. (Reuters)
POLÍTICA
Deputados responsabilizam o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), pela falta de solidez na base aliada do governo no Congresso. Parlamentares dizem que Padilha, que coordena as articulações políticas, não está entregando os cargos prometidos em negociações e “não tem boa vontade para conversar”. Sem uma base forte, o governo Lula corre risco de enfraquecer sua agenda econômica e não conseguir aprovar reformas e matérias importantes na Câmara e no Senado. (Estado)
O governo Lula quer antecipar a saída do ex-secretário especial da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes do cargo de membro titular do Conselho Fiscal do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O mandato dele começou em 4 de novembro do ano passado e terminaria apenas em 3 de novembro de 2024. Vieira Gomes foi quem tentou liberar as jóias trazidas pela equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Arábia Saudita, e que foram confiscadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos. (O Globo)
ESTATAIS
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu no Palácio do Planalto ontem com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), para discutir a privatização do Porto de Santos. Apesar da evolução no debate, segundo Tarcísio, não houve um acordo sobre a modelagem para privatizar o terminal. “Estamos evoluindo, mas não dá para estimar quando terá uma resolução”, disse a jornalistas, na saída da reunião. Segundo Tarcísio, o modelo está pronto, com adaptações a partir dos pontos de atenção elencados pelo governo federal.
AGENDA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se junto de outros ministro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, às 9h00
Lula se encontrará com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, também no Planalto, às 14h00.
O presidente Lula participará da reunião de lançamento da plataforma Mãos à Obra e do anúncio de reajuste no repasse dos valores do Programa Nacional de Alimentação Escolar, às 15h00.
Haddad será entrevistado pela CNN Brasil, às 19h00.