Por Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (12) que a reunião entre membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) na próxima semana, em Bruxelas, pode ser o início da conclusão do “sonhado” acordo entre o bloco europeu e o Mercosul.
“Nós vamos ter o encontro da América Latina com a União Europeia. É um encontro extremamente importante porque ele pode começar a ser o pilar da gente concluir o acordo tão sonhado há tantas décadas entre Mercosul e União Europeia”, disse Lula em discurso na cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília.
Lula reiterou que o Mercosul não abre mão das compras governamentais ao se referir a um artigo do acordo entre os blocos que pauta a participação de empresas europeias em licitações públicas de Estados latino-americanos.
“Tem uma coisa que eu já disse para todo mundo que a gente não abre mão. A gente não abre mão das compras governamentais, porque elas serão a possibilidade de desenvolver o médio e pequeno empreendedor neste país”, acrescentou.
O presidente tem feito diversas críticas ao acordo Mercosul-UE e a posicionamentos de países europeus desde que tomou posse. Entre elas, Lula condenou uma resolução aprovada no Parlamento francês contrária ao pacto entre os dois blocos, e uma carta adicional enviada pela UE com exigências ambientais.
Na semana passada, Lula havia dito em encontro da cúpula do Mercosul que o bloco não tem interesse em acordos comerciais que condenem os países sul-americanos a serem “eternos exportadores de matéria-prima, minério e petróleo”.
No entanto, ele também já demonstrou sua determinação em selar o acordo comercial nos próximos seis meses durante a presidência brasileira no Mercosul, bem como afirmou anteriormente que está “doido” para concluir as negociações.
Na fala desta quarta-feira, Lula ainda disse que deseja formar um “grande projeto” com países da Amazônia para discutir a questão das mudanças climáticas durante grandes eventos internacionais.
“Queremos preparar um grande projeto para conversar sério com as pessoas quando a gente for participar nos Emirados Árabes do encontro (COP) para discutir as questões climáticas”, disse.