Por Machado da Costa e Stéfanie Rigamonti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, durante a solenidade que marcou os primeiros 100 dias de governo, a ideia de que usará as empresas estatais, em especial Petrobras e Banco do Brasil, como aceleradores de políticas públicas.
Ambas empresas são companhias de economia mista e com capital negociado em bolsa. Lula, contudo, avaliou que elas não podem se comportar como empresas privadas.
“A sociedade precisa entender que bancos públicos têm finalidades diferentes dos bancos privados”, afirmou o presidente. “Bancos públicos não podem emprestar dinheiro às mesmas custas que os privados. Bancos públicos têm que entender que dinheiro bom não é dinheiro guardado em cofre. Dinheiro bom é dinheiro gerando obras, desenvolvimento e emprego”, completou
As falas foram feitas em um contexto de utilização dos bancos públicos para aumentar a concessão de crédito a pessoas físicas e logo após citar o lançamento do Desenrola, programa de concessão de crédito para que pessoas com dívidas possam regularizar suas situações bancárias.
Entre as instituições que Lula citou estão, além do BB, a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste (BNB).
A Petrobras também esteve presente no discurso presidencial em situação semelhante. Segundo Lula, a petroleira financiará pesquisa em combustíveis renováveis e participará de programas para acelerar a transição energética no Brasil.
“A Petrobras sempre foi mais do que uma empresa de petróleo. Ela é uma empresa de energia. A Petrobras retomará seu papel protagonista nos investimentos”, afirmou.
O presidente disse, contudo, que esses investimentos com dinheiro público devem ser feitos de forma responsável. “A gente não pode gastar de forma exagerada e desorientada”, declarou.
Lula demonstrou compromisso com a retomada do superávit primário, dizendo que, em gestões anteriores, o Partido dos Trabalhadores perdeu muitos políticos por conta desse compromisso com as contas públicas. “Este é o governo que tem mais expertise em responsabilidade fiscal”, afirmou.