Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

Lula é diagnosticado com pneumonia e adia viagem à China

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Por: Stéfanie Rigamonti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diagnosticado com pneumonia na noite da última quinta-feira e recebeu recomendação para adiar sua viagem à China do sábado para o domingo, informou hoje a assessoria de imprensa do Planalto. O presidente teria reunião nesta manhã com líderes do governo no Congresso e nove ministros, mas sua agenda foi cancelada devido ao diagnóstico.

Ontem, falas de Lula contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os integrantes do Comitê de Política Monetária do BC, após a autarquia decidir manter a taxa básica de juros em 13,75% e não indicar o início do ciclo de queda da Selic, derrubaram a bolsa brasileira, que fechou abaixo dos 98 mil pontos.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

O presidente Lula está no Alvorada após exames no hospital Sírio Libanês ontem à noite indicarem quadro de pneumonia leve. Por isso, a viagem da autoridade para a China, que aconteceria neste sábado, foi adiada para o domingo, informou a assessoria de imprensa do Planalto. (Mover)

O Ibovespa encerrou a sessão da última quinta-feira em forte queda de 2,29%, perdendo o patamar dos 100 mil pontos e fechando em 97.926 pontos, enquanto o dólar subiu 1,06%, a R$5,306. O desempenho se deu pelo tom mais duro do Copom na decisão de juros na quarta-feira, mas a queda da bolsa se acentuou muito mais depois que o presidente Lula fez ataques ao Banco Central, acirrando uma disputa entre Planalto e BC que pode ser perigosa para a economia brasileira. (Mover)

Lula disse ontem que os integrantes do Copom “pagarão o preço pelo que estão fazendo”, em referência ao patamar elevado da taxa Selic. “A história julgará cada um de nós”, continuou. Sobre o presidente do Banco Central, Lula disse que quem tem que cuidar do destino de Campos Neto é o Senado Federal, mas afirmou que a autoridade monetária não está cumprindo com sua função. “Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas ele precisa cuidar também do emprego, da inflação e da renda do povo. É isso que está na lei”, afirmou. “Todo mundo sabe que ele não está fazendo isso”, completou. (Mover)

O embate entre o presidente da República e Campos Neto é tratado como uma crise institucional de difícil resolução, segundo senadores – ocupantes da Casa que, no limite, podem dar um fim ao conflito. Assim como Lula, os senadores são uníssonos na crítica a Campos Neto. Segundo eles, o comunicado emitido ontem pelo Copom recebeu um tom além do necessário, uma vez que os juros básicos da economia já são “exageradamente altos”. As pressões de aliados de Lula para rever a autonomia do BC, contudo, não devem avançar no Senado. (Scoop by Mover)

ECONOMIA

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse a jornalistas ontem que o comunicado do Copom pegou o governo de surpresa – embora a decisão de manutenção da taxa de juros já fosse prevista – e afirmou que agora espera que a ata, que será divulgada na próxima terça-feira (28), seja mais “imparcial e justa”. (Mover)

Ontem a ministra também disse que a revisão pela Fazenda da projeção do déficit fiscal em 2023 de R$228,1 bilhões para R$107,6 bilhões é apenas uma estimativa e afirmou que o déficit deve ficar na casa de R$120 milhões se houver aumento do salário mínimo para R$1.320. (Mover)

A arrecadação de impostos federais cresceu em fevereiro e atingiu o maior nível da série histórica, iniciada em 2015, impulsionada em grande parte pelo aumento da massa salarial. Segundo dados da Receita Federal divulgados ontem, a União arrecadou R$158,9 bilhões no mês passado, o que representa alta de 1,28% em relação ao mesmo período de 2022, descontada a inflação. Sem correção, o avanço da arrecadação foi de 6,95%.

Um dia após entrar em vigor o preço reajustado para baixo do diesel, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o preço da gasolina também pode ter nova redução em breve. “Estamos flutuando de acordo com a referência internacional e com o mercado brasileiro. Essa é a nossa política agora”, afirmou. “Sempre que a gente puder ter o preço mais barato para vender para o nosso cliente, o nosso consumidor brasileiro, a gente vai fazer isso”, completou. (O Globo)

A remuneração de Prates e de diretores e conselheiros da Petrobras pode ser reajustada para cima em 43,88%, conforme proposta que será levada a assembleia de acionistas marcada para 27 de abril. O aumento já foi aprovado em reunião do conselho de administração da petroleira na última quarta-feira, mesmo dia em que sete indicados por Prates para o conselho foram aprovados para um mandato de dois anos. Com o reajuste, o salário do presidente da Petrobras passaria para quase R$167 mil por mês. (Mover/Estado)

Logo em seu primeiro dia de viagem à China, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), conseguiu suspender o embargo à importação de carne bovina do Brasil para o país asiático, além da habilitação de mais quatro frigoríficos brasileiros para a venda do produto à China. (Agências)

A Sabesp reportou lucro líquido de R$642,2 milhões no quarto trimestre, alta de 13,2% na base anual mas abaixo do consenso Mover de R$760,5 milhões. O aumento do resultado reflete o crescimento de 17% na receita operacional líquida do período, para R$5,93 bilhões. (Mover)

POLÍTICA

Sem um entendimento com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), o líder do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), decidiu reinstalar as comissões mistas para analisar as Medidas Provisórias do governo Lula. A decisão de Pacheco ocorreu após cobranças do senador Renan Calheiros (MDB). Com isso, volta-se ao rito tradicional de tramitação das MPs, que tinha sido suspendido durante a pandemia para dar celeridade na análise de medidas emergenciais. (Folha)

AGENDA

Haddad participa da solenidade de assinatura do termo de acordo entre o Poder Executivo Federal e as entidades representativas dos servidores públicos federais, às 09h30.