Por Bruno Andrade
O chefe do poder executivo da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a atacar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta quinta-feira (4).
Lula ironizou dizendo que é “muito engraçado o que se pensa” no Brasil. “Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros”, comentou.
“Ninguém fala de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, esbravejou Lula.
O presidente da República também comentou, sem citar o nome do presidente do BC, que Campos não aceita contestações de ninguém, nem mesmo de entidades, como Fiesp e Federação do Comércio.
“A Fiesp precisa ter muito cuidado para falar de juros, a Federação do Comércio, muito cuidado, as indústrias têxteis, muito cuidado”, ironizou Lula.
As falas acontecem um dia após o Banco Central decidir que manterá a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano.
O comunicado dividiu os analistas de mercado. A autoridade monetária não especificou quando começaria o corte de juros, para espanto dos analistas que previam que os juros não iriam demorar para cair.
Por outro lado, a equipe de Campos Neto colocou no comunicado que a retomada do ciclo de alta de juros “seria pouco provável”. Olhando por essa linha, alguns economistas viram que esse tom foi mais brando que o anterior.
Segundo consenso do TC Mover, o início do corte de juros é a grande dúvida do mercado. Com analistas precificando o início do corte em junho de 2023 e os mais conservadores em abril de 2024.