O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano. A decisão foi divulgada em comunicado do Banco Central (BC) nesta quarta-feira (03).
A decisão foi em linha com a expectativa do mercado, que esperava um corte de juros apenas na segunda metade de 2023. O último boletim Focus, divulgado pela própria autarquia, prevê a Selic em 12,5% ao ano até o final de 2023.
A taxa de juros está no patamar de 13,75% ao ano desde agosto de 2022. A equipe gerida por Roberto Campos Neto começou a subir os juros em março de 2021 por causa da disparada da inflação.
Na época, a Selic estava em 2% ao ano. A autarquia havia deixado a taxa nesse nível para criar estímulos para a economia, que se via diante da crise sanitária da Covid-19.
O Banco Central sofre pressões políticas para cortar os juros. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar a política monetária praticada por Campos Neto e sua equipe em ato no último dia primeiro de maio.
“Não podemos viver em um País onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego, porque ela é responsável por uma parte da situação que vivemos hoje”, esbravejou Lula.
O Banco Central passou a ter autonomia do governo federal em 2021, sendo o mandato de cada presidente de quatro anos. Campos Netos deve ficar no comando da autarquia até o fim de 2024.
Por outro lado, o BC não conseguirá cumprir a meta de inflação de 2023, que foi definida em 3% ao ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A previsão do próprio boletim divulgado pelo Banco Central nesta semana é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2023 em 6,05% ao ano.